A escola fundamental, seja ela no Brasil como no exterior, passa por constantes reformas. A histórica passagem de uma escola de elite para uma escola de massa coincide com o período em que a criança passa a ser reconhecida como pessoa, sujeito de direitos e cidadã. O artigo mostra como quem freqüenta a escola nos nossos tempos são crianças e adolescentes de extrações sociais diversas, cada um deles com uma história pessoal que para alguns é regular, mas para outros é caracterizada por situações de risco, marcada por fracassos, desvantagens, mal-estar e sofrimentos dos mais diferentes tipos. Visto que é impossível impedir que a realidade contextual envolva as salas de aula, considera-se a urgência de ponderar necessidades e direitos de uma gama de estudantes em situação de desvantagem e risco social cuja principal variável refere-se à desigualdade social e desemboca em inúmeras dificuldades como: baixo rendimento escolar, manifestações de hostilidade (bullying), adaptação ao próprio papel de estudante e interação social. O artigo mostra também como, na história recente, a interpretação da relação entre condições de desvantagem social e instrução baseou-se em diferentes hipóteses. Cada uma dessas hipóteses - a desvantagem sociocultural como diversidade de talentos, como handicap natural, a desvantagem de tipo estrutural, as desvantagens devidas a características de ordem qualitativo-organizacional da escola, como incapacidade da escola de fornecer um ensino adequado, como relação prejudicada entre professor aluno - a partir do período pós-guerra, adotou diferentes modelos de enfrentamento.La escuela primaria, sea en Brasil o en otros países, pasa por continuas reformas. Su histórica transformación de institución de elite en institución de masa ocurrió al mismo tiempo que el niño pasó a ser concebido como un ciudadano titular de derechos. Este trabajo destaca que los alumnos y estudiantes de nuestro tiempo son niños y adolescentes de orígenes sociales heterogéneas. Cada uno de ellos tiene su propia historia de vida que, para unos, puede ser considerada "normal", pero, para otros, es marcada por una diversidad de situaciones de riesgo social, fracaso, desventajas, malestar y sufrimientos de los más diferentes géneros. Como es imposible impedir que la situación social involucre e influya sobre las aulas, es necesario considerar necesidades y derechos de un amplio abanico de estudiantes en situación desfavorable y de riesgo social, con dificultades en el rendimiento escolar, dificultades relativas a manifestaciones de hostilidad (bullying), dificultades de adaptación al rol de estudiante y a la interacción social. Este trabajo también indica como, en la historia reciente, la interpretación de la relación entre condiciones de desventaja social y escolarización se basa en diferentes hipótesis. Cada una de estas hipótesis (la desventaja sociocultural como diversidad de talentos, como deficiencia natural, la desventaja de tipo estructural, las desventajas debidas a características de carácter cualitativo-organizativo de la escuela, como la incapacidad de la escuela de ofrecer enseñanza adecuada, como una relación dañada entre profesor y estudiante) a partir del post-guerra adoptó diversos modelos de respuesta.Elementary education, in Brazil and in other countries, is continually being reformed. The historic passage from a school for the elite to a school for the masses coincides with a period in which the child comes to be seen as a citizen endowed with rights. The article shows how the student body in our time consists of children and adolescents of different social origins. Each has a life history which, for some, is "normal," but for others is characterized by a great variety of situations of social risk, marked by failure, disadvantages, malaise and suffering. At it is impossible to keep the social context from invading the classroom, there is a need to ponder the requirements and rights of a range of students in situations of disadvantage and social risk, difficulties in school achievement, difficulties related to expressions of hostility, difficulties in adaptation to the role of student and difficulties relative to social interaction. The article also shows how, in recent history, interpretation of the relationship between conditions of social disadvantage and instruction has been based on different hypotheses. Each of these hypotheses (socio-cultural disadvantage as diversity of talents, as a natural handicap or as a disadvantage of the structural type; disadvantages due to qualitative-organizational characteristics of the school, the school's incapacity to provide adequate teaching or a damaged teacher-student relationship) has, in the post-war period, adopted different models for facing the situation.