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As nascentes, como locais de descarga hu00eddrica da paisagem, devem ser protegidas para garantir suas funcionalidades. Su00e3o ambientes u00fanicos que, no meio rural, compartilham espau00e7o com os sistemas de produu00e7u00e3o. A vegetau00e7u00e3o que circunda as nascentes u00e9 protegida pela Lei 12.651/12, Cu00f3digo Florestal, em um raio de 50 m, denominada u00c1rea de Preservau00e7u00e3o Permanente. Como parte do projeto PronaSolos Paranu00e1, estu00e3o sendo realizados levantamentos sistemu00e1ticos da vegetau00e7u00e3o em u00e1reas de nascentes e de margens de rios, relacionando-se geomorfologia e solos. Os resultados demonstram que, de modo geral, a maioria dessas florestas se encontra simplificada em diversidade e estrutura e reduzida em tamanho de u00e1rea ocupada, o que pode ser relacionado com a devastau00e7u00e3o causada pela colonizau00e7u00e3o na regiu00e3o, que u00e9 recente (du00e9cada de 30) e com a excelente aptidu00e3o dos solos para a agricultura. Pode-se citar como espu00e9cies arbu00f3reas comuns branquilho (Gymnanthes klotzschiana Mu00fcll.Arg.), angico vermelho (Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan), vacum (Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.), tapiu00e1 (Alchornea triplinervia (Spreng.) Mu00fcll.Arg.) e au00e7oita-cavalo (Luehea divaricata Mart. & Zucc.). As espu00e9cies nativas ocorrem em baixa diversidade e com pequenas dimensu00f5es, denotando frequentemente estu00e1gios sucessionais iniciais de regenerau00e7u00e3o. Corroborando o quadro, registraram-se tambu00e9m vu00e1rias espu00e9cies exu00f3ticas, como nu00easpera (Eriobotrya japonica (Thunb.) Lindl.), uva-do-Japu00e3o (Hovenia dulcis Thunb.), alfeneiro (Ligustrum lucidum W.T.Aiton), eucalipto (Eucalyptus spp.) e leucena (Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit), por vezes, perfazendo a floresta que circunda a nascente. Finalmente, destaca-se a baixa ocorru00eancia de epu00edfitos vasculares e abundu00e2ncia de cipu00f3s cobrindo as u00e1rvores e prejudicando seu desenvolvimento.

O PronaSolos Paranu00e1 tem como objetivo executar, concomitantemente, levantamento de solos e vegetau00e7u00e3o protetiva de rios e nascentes, respectivamente, nas escalas 1:50.000 e 1:10.000 na Bacia Hidrogru00e1fica Paranu00e1 III, a qual possui extensu00e3o territorial de 11.450 km2. A metodologia de amostragem de solos u00e9 pedossequencial, partindo dos topos das paisagens, sendo concluu00edda nas margens de rios e nascentes. O subplanalto de Cascavel se caracteriza por paisagens pouco declivosas (menores que 20%), com predomu00ednio de paisagens constituu00eddas por rampas de conformau00e7u00e3o convexa-divergente e cu00f4ncavo-convergente. As rampas convexas-divergentes possuem os maiores comprimentos, frequentemente acima de 1,5 a 2 km ou mais de extensu00e3o, constituu00eddas dominantemente por solos de alto potencial de uso - Latossolos Vermelhos Distrofu00e9rricos tu00edpicos de textura muito argilosa, chegando praticamente atu00e9 a beirada dos rios. As rampas cu00f4ncavo-convergentes, em geral de menores dimensu00f5es, onde maciu00e7amente se encontram nascentes, tambu00e9m su00e3o constituu00eddas por Latossolos, tendo-se em alguns casos a presenu00e7a dos Nitossolos Vermelhos mais pru00f3ximos das nascentes. Chama a atenu00e7u00e3o a dicotomia ambiental no que se refere a estabilidade destas duas formas de rampa, pois nas rampas cu00f4ncavo-convergentes hu00e1 grande tendu00eancia de fortes concentrau00e7u00f5es de enxurradas. Este fato u00e9 preocupante devido as ocupau00e7u00f5es e manejos instituu00eddos em passado recente, pois ao final destas rampas se identifica, com muita frequu00eancia, os Organossolos Hu00e1plicos Tu00e9rricos su00e1pricos, solos com importantes funu00e7u00f5es ecolu00f3gicas. Grande parte destes encontram-se degradados ou em fase de degradau00e7u00e3o, incorrendo em perdas funcionais, tanto no que se refere a sua flora especu00edfica como nas funu00e7u00f5es relacionadas u00e0s questu00f5es hidrolu00f3gicas.