O objetivo do presente estudo foi avaliar diferentes quantidades e tipos de ração durante o intervalo desmame-estro (IDE) e o uso de altrenogest durante a última semana de lactação para melhorar a produtividade de fêmeas suínas desmamadas. O primeiro estudo avaliou duas quantidades (2,7 kg/d e 4,3 kg/d) e dois tipos de ração (gestação e lactação) durante o IDE para primíparas e multíparas. Houve interação (P < 0,05) no consumo de ração. Dentre as fêmeas que receberam 4,3 kg/d, as multíparas consumiram mais ração durante o IDE quando comparadas às primíparas contudo, no grupo que recebeu 2,7 kg/d não houve diferença entre as ordens de parto (P > 0,05). A variação de peso relativa (%) durante o IDE apresentou uma interação tripla onde primíparas recebendo 4,3 kg/d de ração gestação apresentaram menor variação do peso que os demais tratamentos (P < 0,05). A quantidade e o tipo de ração não afetaram nenhuma das variáveis reprodutivas (P > 0,05). Além disso, não houve interação da quantidade e das classes de perda de condição durante a lactação sobre o IDE, taxa de parto e nascidos totais (P > 0,05). Dessa forma, não há necessidade de alimentar fêmeas durante o IDE com 4,3 kg/d, sendo possível utilizar 2,7 kg/d. Devido à alta variabilidade no consumo de ração durante o IDE, um segundo estudo foi realizado com o objetivo de identificar fatores que influenciam este consumo. Para isso, foram utilizadas 600 fêmeas que receberam 4,3 kg/dia durante o primeiro estudo. O consumo de ração foi menor no dia da expressão do estro quando comparado com dois ou três dias antes do estro (P < 0,05). Em primíparas, o consumo no IDE foi negativamente afetado por alta espessura de toucinho (ET) aos 112 dias de gestação e alto ET, caliper ou peso corporal ao desmame, lactações curtas e poucos leitões desmamados (P < 0,05). Em multíparas, o consumo foi negativamente afetado por alto ET, caliper e escore corporal visual (ECV) aos 112 dias de gestação, alto ET no momento do desmame e alta perda de reservas corporais durante a lactação (P < 0, 05). Contudo, não houve diferença na taxa de anestro, parto e número de nascidos (P > 0,05). Assim, vários fatores parecem afetar o consumo da fêmea durante o IDE, contudo, no presente experimento, não foram suficientes para afetar o desempenho reprodutivo. O terceiro estudo avaliou o uso de altrenogest durante os últimos sete dias de uma lactação de três semanas sobre o tamanho folicular, tamanho de corpo lúteo e desempenho reprodutivo subsequente. Durante a última semana de lactação, fêmeas tratadas com altrenogest apresentaram menor diâmetro folicular quando comparadas com fêmeas controle (P < 0,05). Após o desmame, ocorreu uma inversão no tamanho folicular quando fêmeas tratadas com altrenogest apresentaram um maior tamanho folicular até 24 h antes da ovulação comparada as fêmeas controles (P < 0,05). Esse maior tamanho folicular resultou em maior tamanho e menor coeficiente de variação dos corpos lúteos das fêmeas tratadas com altrenogest (P < 0,05). Houve menos fêmeas tratadas com altrenogest entrando em estro nos dias três e quatro após o desmame quando comparada ao grupo controle (P < 0,05). Contudo, não houve diferença entre os tratamentos no IDE, progesterona sérica, desempenho reprodutivo e peso ao nascer dos leitões (P > 0,05). Dessa forma, o uso de altrenogest durante os últimos sete dias de lactação foi eficaz para melhorar as características ovarianas e reduzir a expressão de estro até o quarto dia, porém não melhorou o desempenho reprodutivo e peso ao nascer. Como conclusão geral da tese, durante o IDE pode ser fornecido 2,7 kg/dia de ração gestação para as fêmeas sem prejuízo no desempenho reprodutivo subsequente. Contudo, o uso de altrenogest durante a última semana de lactação não resultou em melhora do desempenho reprodutivo, mas reduziu o número de fêmeas expressando estro do dia dois e três após o desmame. This study aimed to evaluate diet types and amounts during weaning-to-estrus (WEI) and altrenogest treatment during the last week of lactation to improve the reproductive performance of weaned sows. The first trial evaluated two feed levels (2.7 and 4.3 kg/d) and two diets (gestation and lactation) during the WEI of primiparous and multiparous sows. There was an interaction (P < 0.05). In 4.3 kg/d group, multiparous had a greater feed intake than primiparous sows; however, in 2.7 kg/d group, there was no difference between parities (P > 0.05). There was a triple interaction on relative body weight change (%) during WEI, which primiparous fed with 4.3 kg/d of gestation diet lost less weight during WEI than those in the other treatments (P < 0.05). Multiparous had shorter WEI, larger follicle size, and higher total born and born alive than multiparous sows (P < 0.05). However, there was no difference in anestrous and farrowing rate (P > 0.05). The level and diet type did not affect any of the reproductive parameters (P > 0.05). Furthermore, there was no interaction between feeding level and body condition loss during lactation on WEI, farrowing rate, and litter size (P > 0.05). Thus, it is not necessary to fed sows with 4.3 kg/d during WEI, being possible to feed sows with 2.7 kg/d. Due to the high variability in feed intake during WEI, a second study was performed the analysis to evaluate factors that influence this feed intake. For this, 600 sows that received 4.3 kg/day during the first trial were used. The feed intake was lower on the estrus expression day than two- or three-days prior to the estrus expression (P 0.05). Thus, several factors could affect the feed intake during WEI; however, the reduction in feed intake was not enough to impair reproductive performance. The third study evaluated the altrenogest treatment during the last seven days of a 3-week lactation on follicular and corpora lutea size and reproductive performance. During the last week of lactation, altrenogest treated sows had smaller follicles than control sows (P < 0.05). After weaning, control sows had smaller follicles than altrenogest sows until 24 h before ovulation (P < 0.05). This larger follicle size resulted in a larger size and, a lower coefficient of variation of corpora lutea of altrenogest treated sows than control sows (P < 0.05). There was less altrenogest treated sows expressing estrus on day three and four after weaning than control sows (P < 0.05). However, there was no difference between treatments on WEI, serum progesterone, reproductive performance, and piglet birth weight (P > 0.05). Thus, the altrenogest treatment during the last seven days of a 3-week lactation period improved the ovarian traits and reduced the estrus expression until the fourth day after weaning, however it did not improve the reproductive performance and piglet birth weight. As general conclusions of this thesis, during WEI the sows can be fed with 2.7 kg/day of gestation diet with no negative impact on reproductive performance. However, the altrenogest treatment during last week of Lactation does not improve the reproductive performance, but decrease the estrus expression on day two and three after weaning.