The design of the water distribution networks in a given region must guarantee 24-hour supply, meeting the times of greatest demand, defined as factors of peak consumption. Thus, it is important that water reaches users effectively, ensuring adequate quantity and quality for carrying out daily activities. The premise then is the average flow demanded by the population, and the fluctuations that may occur from this value, weighted from the dimensionless peak coefficients K1 (coefficient of the day of greatest consumption) and K2 (coefficient of the hour of greatest consumption). In this paper, these coefficients are calculated from both water consumption data and from the application of empirical equations. These values were compared with those suggested by the NBR 12218/2017 standard, which suggests K1 = 1.2 and K2 = 1.5 in the absence of water consumption data. However, some surveys that assessed water consumption in three regions based on water consumption data for three to four years indicated that the peak coefficients recommended by the standard may lead to undersizing of the supply network. In one of the cases assessed, the values of K1 and K2 respectively corresponded to 2.19 and 4.95. Results of two studies previously developed at the Faculty of Civil Engineering, Architecture and Urbanism of the State University of Campinas (FEC-UNICAMP) were used for the calculation based on water consumption data. These studies defined the peak water consumption coefficients for the same three regions examined by the present research: Parque Jambeiro and Parque Oziel, located in the city of Campinas (third most populous city in the State of São Paulo, with an estimated 1,204,703 inhabitants in 2019), and Jardim América II, located in the municipality of Várzea Paulista, in the interior of the State of São Paulo, based on data provided by the water provider. The analyses carried out considered that the peak water consumption factor Cp is given by the product of K1 and K2. Seven empirical equations, available in the specific literature and developed in different locations, were used. As the empirical equations were developed in different regions, the average of the results obtained through these equations was used in order to reduce the existing uncertainties, related, for example, to the socioeconomic profile and climate, parameters that vary according to the region of study. As a result, this research shows that in all the neighborhoods observed, the normative suggestion for the Cp value was below those obtained by applying the empirical equations in all the years used to calculate the coefficient. So, there was no year in which the normative reference was sufficiently adequate to describe water consumption. Furthermore, the evaluation using water consumption data resulted in a peak coefficient equivalent to 240% of the normative suggestion (2.4 times higher) whereas the empirical equations suggest the adoption of a value corresponding to 200% of the indicated value by the standard (twice as high). It was also found that the computation of Cp through empirical equations resulted in values 1.55 times higher than those obtained from the water consumption data. As the calculation of the design flow depends directly on the peak consumption coefficient, the use of smaller values leads to lower design flow and, consequently, to undersized network diameters. As a direct consequence, there are greater head losses at times of higher flow. This situation should result in a lack of water in peak consumption days and times, so as not to serve the population continuously, which is a premise of the public supply system. Future research may focus on expanding the number of regions evaluated in the comparison between different ways to calculate the peak water consumption coefficients, and it is also possible to explore the evaluation of water consumption data to determine the Cp value and the subsequent correlation with local factors such as resident population, supplied area, typical climate, among other factors, adding value to the results already existing in the specific literature, and also expanding the knowledge related to the dimensioning of water distribution networks. O dimensionamento das redes de distribuição de água em uma determinada região deve garantir o suprimento de água 24 horas por dia, antendendo os horários de maior demanda, definidos como fatores de pico de consumo. Desta forma é importante que a água chegue aos usuários de maneira eficaz, garantindo a quantidade e a qualidade adequadas para a realização das atividades necessárias. Tem-se então como premissa a vazão média demandada pela população, e as flutuações que podem ocorrer deste valor, ponderadas a partir dos coeficientes adimensionais de pico K1 (coeficiente do dia de maior consumo) e K2 (coeficiente da hora de maior consumo). Neste trabalho, estes coeficientes foram calculados através de dados de consumo hídrico e também através da aplicação de equações empíricas. Estes valores foram comparados com os valores sugeridos pela norma NBR 9649/1986, que indica o uso dos valores K1 = 1,2 e K2 = 1,5 na falta dos dados de consumo hídrico. Entretanto, algumas pesquisas que avaliaram o consumo hídrico de três regiões com base nos dados de consumo hídrico de três a quatro anos indicaram que os coeficientes de pico recomendados pela norma podem incorrer em subdimensionamento. Em um dos casos avaliados, os valores de K1 e K2 respectivamente corresponderam a 2,19 e 4,95. Resultados de dois estudos previamente desenvolvidos na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (FEC-UNICAMP) foram utilizados para os cálculos baseados em dados de consumo hídrico. Estes estudos definiram os coeficientes de pico de consumo hídrico para as mesmas três regiões examinadas pela presente pesquisa: Parque Jambeiro e Parque Oziel, localizados no município de Campinas, e Jardim América II, situado no município de Várzea Paulista, interior do Estado de São Paulo, com base em dados fornecidos pelas concessionárias. As análises realizadas levaram em consideração que o coeficiente de pico de consumo hídrico Cp é dado pelo produto entre K1 e K2. Sete equações empíricas, disponíveis na literatura específica e desenvolvidas em diferentes localidades, foram utilizadas. Como as equações empíricas foram desenvolvidas em diferentes regiões, foi utilizada a média dos resultados obtidos através destas equações, a fim de diminuir as incertezas existentes, relacionadas, por exemplo, ao perfil socioeconômico e ao clima, parâmetros que variam de acordo com a região de estudo. Como resultado, este trabalho mostra que em todos os bairros observados a sugestão normativa para o valor de Cp ficou abaixo dos valores obtidos pela aplicação das equações empíricas e pela avaliação dos dados de consumo hídrico, em todos os anos aos quais se referiram os estudos. Desta maneira, a referência normativa não foi suficientemente adequada para descrever o consumo hídrico em nenhum dos anos avaliados. Ademais, a avaliação por meio dos dados de consumo hídrico indicou um coeficiente de pico equivalente a 240% da sugestão normativa (2,4 vezes maior) ao passo em que as equações empíricas sugerem a adoção de um valor correspondente a 200% do valor indicado pela norma (duas vezes maior). Constatou-se ainda que o cômputo de Cp por meio de equações empíricas resultou em valores 1,55 vezes maiores do que os dados de consumo hídrico indicaram. Como o cálculo da vazão de projeto depende diretamente do coeficiente de pico de consumo, e o uso de valores menores leva evidentemente a vazões de projeto menores. Deste modo, menores diâmetros dimensionados das redes de abastecimento serão determinados e, por consequência direta, maiores perdas de carga serão verificadas nos horários de maior vazão. Esta situação pode resultar em falta de água nos dias e horários de pico de consumo, de forma a não atender a população de forma contínua, que é uma premissa do sistema de abastecimento público. Futuras pesquisas podem se concentrar em ampliar o número de regiões avaliadas na comparação entre diferentes fontes de obtenção de coeficientes de pico de consumo hídrico, podendo-se também explorar a avaliação dos dados de consumo hídrico para determinação do valor de Cp e posterior correlação com fatores locais como população residente, área de abastecimento, clima típico, entre outros fatores, agregando valor aos resultados já existentes na literatura específica da área, e ampliando também o conhecimento relacionado ao dimensionamento de redes de distribuição de água.