Submitted by Boris Flegr (boris@uerj.br) on 2021-01-05T21:44:29Z No. of bitstreams: 1 Dissert_Maximiliano Valerio Lopez1.pdf: 2194126 bytes, checksum: 60184e48ff95a451ec7443276338b5cf (MD5) Made available in DSpace on 2021-01-05T21:44:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Dissert_Maximiliano Valerio Lopez1.pdf: 2194126 bytes, checksum: 60184e48ff95a451ec7443276338b5cf (MD5) Previous issue date: 2012-02-02 Este trabajo se ocupa de la reconsideración de las nociones de formación y transmisión a la luz de los conceptos de máquina antropológica y ociosidad, desarrollados por el filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideración implica transformaciones gnoseológicas, lingüísticas, éticas y políticas. La hipótesis central es que, aquello que, en los límites de nuestra tradición occidental, se entiende como lo humano, no es algo preexistente (una substancia), sino el resultado de un dispositivo histórico y político de captura de las fuerzas vitales de los vivientes. Dicho mecanismo implica la distinción, en el interior de los individuos, de una región animal y otra específicamente humana, de un cuerpo y un alma, de un elemento sensible y otro inteligible, de una voz y una palabra articulada. A partir de esta distinción, lo humano es modulado como pasaje de la primera dimensión a la segunda; esto es, lo humano es concebido como dominio y superación de la dimensión animal, corporal, sensible, que nos habita. La actual investigación distingue, en el interior de esta máquina antropológica (presentada por Agamben) el funcionamiento de otras máquinas que coadyuvan en la creación de lo humano: máquina gramatical, máquina hermenéutica, máquina colonial, máquina pedagógica. El sistema educativo moderno se alimenta así de las fuerzas sinérgicas que dan forma a lo humano como superación de lo sensible en dirección a lo inteligible y que se manifiesta, en el lenguaje, a través de una lingüística del signo; en la moral, a través del dominio del cuerpo por la razón; y en la política, a través de una superación de la barbarie por parte de la civilización. Sin embargo, a partir del siglo XIX, una serie de acontecimientos históricos comienzan a debilitar dicha maquinaria antropológica, haciendo que la teoría del signo sea interpelada por una poética que comienza a cuestionar la relación entre la vida (sensible, corporal, afectiva) y el significado (inteligible, ideal, racional); por una nueva ética, que cuestiona la relación imperial entre el cuerpo y el alma; y por una política, que invalida la relación tradicional entre la civilización y la barbarie y, con ella, la propia idea de educación como proceso civilizatorio o modernizador. El presente trabajo pretende colocar en evidencia la cisura interior que organiza las relaciones lingüísticas, morales y políticas, en los sujetos y entre ellos, a través de la superación y el dominio de una animalidad que se presenta como una exterioridad interior. En el eclipse de dicha maquinaria antropogenética surge la necesidad de pensar, en el ámbito de la educación y de la cultura en general, una forma de relación que suspende (en el lenguaje, en la moral y en la política) el pasaje humanizante y civilizatorio. Una relación en la cual la educación puede ser pensada como un arte del estar y no como un infinito esfuerzo por llegar a ser. Ya no más un empeño por descubrir el significado oculto detrás de las cosas, sino una forma de habitar poéticamente el lenguaje y las relaciones. Este trabalho se ocupa da reconsideração das noções de formação e transmissão à luz dos conceitos de máquina antropológica e ociosidade , desenvolvidos pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Tal reconsideração implica mudanças gnosiológicas, linguísticas, éticas e políticas. A hipótese central é que aquilo que, nos limites em que tem sido concebido na tradição ocidental, se entende como o humano , não é algo preexistente (uma substância), mas o resultado de um dispositivo histórico e político de captura das forças vitais dos viventes. Esse mecanismo implica a distinção, no interior dos indivíduos, de uma região animal e outra especificamente humana, de um corpo e uma alma, de um elemento sensível e outro inteligível, de uma voz e uma palavra articulada. A partir dessa distinção, o humano é modulado como passagem da primeira dimensão à segunda; isto é, o humano é concebido como domínio e superação da dimensão animal, corporal, sensível, que nos habita. A atual pesquisa distingue, no interior dessa máquina antropológica (apresentada por Agamben) o funcionamento de outras máquinas coadjuvantes da criação do humano: a máquina gramatical, hermenêutica, colonial, pedagógica. O sistema educacional moderno alimenta-se, assim, das forças sinérgicas que dão forma ao humano como superação do sensível em direção ao inteligível e que se manifesta na linguagem através de uma linguística do signo; na moral, através do domínio do corpo pela razão; e na política, através de uma superação da barbárie por parte da civilização. Porém, a partir do século XIX, uma série de acontecimentos históricos começam a debilitar essa maquinaria antropológica, fazendo com que a teoria do signo seja interpelada por uma poética que começa a questionar a relação entre vida (sensível, corporal, afetiva) e significado (inteligível, ideal, racional); por uma nova ética, que questiona a relação imperial entre o corpo e a alma; e por uma política, que invalida a relação tradicional entre civilização e barbárie e, com ela, a própria ideia da educação como processo civilizatório ou modernizador. O presente trabalho pretende colocar em evidência a cesura interior que organiza as relações linguísticas, morais e políticas, nos sujeitos e entre eles, através da superação e do domínio de uma animalidade que se apresenta como uma exterioridade interior. No eclipse dessa maquinaria antropogenética surge a necessidade de pensar, no âmbito da educação e da cultura em geral, uma forma de relação que suspende (na linguagem, na moral e na política) a passagem humanizante e civilizatória. Uma relação na qual a educação pode ser pensada como uma forma de estar e não como um infinito esforço de chegar a ser. Já não mais um desejo de superação, mas uma arte do estar. Já não mais um empenho por descobrir o significado oculto por trás das coisas, mas uma forma de habitar poeticamente a linguagem e as relações. O cultivo de um saber, mas também o cultivo de uma forma de ignorância, que não é vivida como uma falta que deve ser superada, mas como uma maneira de se manter numa relação aberta com aquilo que se nos escapa.