A osteogênese imperfeita (OI) é uma doença genética rara caracterizada por fragilidade óssea. Sua frequência varia entre 6-7/100 mil indivíduos e no Brasil estima-se que existam 12.000 indivíduos com tal diagnóstico. As formas autossômicas dominantes mais prevalentes de osteogênese imperfeita são causadas por defeitos primários no colágeno tipo I, enquanto as formas autossômicas recessivas são causadas pela deficiência de proteínas que interagem com o procolágeno tipo I para modificação pós- tradução e/ou dobramento. Os fatores que contribuem para o mecanismo da osteogênese imperfeita dominante incluem estresse intracelular, interrupção das interações entre o colágeno e as proteínas não colágenas, estrutura da matriz comprometida, interações célulacélula e célula-matriz anormais e mineralização do tecido. O espectro clínico varia de casos leves a graves. Alguns pacientes têm comprometimento da estatura, bem como dentinogênese imperfeita, escleras azuis e frouxidão ligamentar, pois o colágeno tipo 1 também está presente nos dentes, pele, tendões e esclera. Os ossos se tornam frágeis e quebram com facilidade por traumas simples ou sem causa aparente, com isso, o principal diagnóstico diferencial são os maus tratos na infância. O objetivo do estudo é revisar a literatura científica com a finalidade de analisar e melhorar o conhecimento sobre o novo paradigma no tratamento e diagnóstico da osteogênese imperfeita. Trata-se de uma revisão bibliográfica, por meio de pesquisas nas bases de dados PubMed e Scielo. Considerou-se critérios de inclusão: artigos científicos publicados nos últimos 2 anos, publicações que corroborem com o objetivo e tema central do estudo e artigos em inglês, português e espanhol. A apresentação clínica da doença é heterogênea e variável, podendo ocorrer desde a vida intra-uterina até a adolescência avançada. As características consideradas clássicas, como escleras azuladas, ossos wormianos, dentinogênese imperfeita e fraturas podem estar ou não presentes nesses pacientes e sinais secundários, como face triangular, baixa estatura, hiperfrouxidão cápsulo-ligamentar, anormalidades cardiovasculares e oculares, perda auditiva e invaginação basilar podem manifestar-se. Portanto, faz-se necessário o conhecimento dos sinais clínicos e radiológicos, densitometria óssea, análise bioquímica e molecular para a confirmação do diagnóstico. O tratamento da OI por muito tempo foi restrito a eventuais correções cirúrgicas das deformidades e através de suplementos vitamínicos. O direcionamento de genes em células-tronco mesenquimais de indivíduos com OI têm sido possível em camundongos, com colágeno normal resultante e produção ó s s e a in vivo. O manejo clínico da osteogênese imperfeita é multidisciplinar, abrangendo avanços substanciais na reabilitação física e procedimentos cirúrgicos, manejo da audição, anormalidades dentárias e pulmonares, além de medicamentos, como bifosfonatos e hormônio de crescimento humano recombinante. Novos tratamentos usando terapia celular ou novos regimes de drogas são promissores para o futuro. A remodelação óssea com futuras terapias celulares pode ser promissora no tratamento da OI. PALAVRAS-CHAVE: colágeno tipo 1, diagnóstico, osteogênese imperfeita, tratamento