1. Nossas virtudes: sobre o capítulo 7 de Para além de bem e mal
- Author
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Paul van Tongeren
- Subjects
Virtue ,virtude ,lcsh:B790-5802 ,moralidade ,media_common.quotation_subject ,Philosophy ,Interpretation (philosophy) ,probidade ,Section (typography) ,morality ,Morality ,probity ,Epistemology ,honesty ,lcsh:Modern ,Presentation ,honestidade ,Honesty ,General Earth and Planetary Sciences ,Good and evil ,virtue ,General Environmental Science ,media_common - Abstract
Resumo Qual é a mensagem do sétimo capítulo de Para Além de Bem e Mal, intitulado 'Nossas Virtudes'? Inicialmente apresento uma análise da estrutura do capítulo (que parece ser o capítulo central da segunda metade do livro). Constata-se por meio desta análise que as seções 214 e 227 ocupam um lugar especial no capítulo. Uma análise detida destas duas seções sugere que neste capítulo o leitor é introduzido em uma condição tipicamente nietzschiana: o questionamento crítico da moralidade torna-se autorreferencial: aquele que questiona torna questionável o seu próprio questionamento. O mesmo procedimento adotado na seção 1 do primeiro capítulo em relação à filosofia e à vontade de verdade (tanto a vontade de verdade tradicional quanto a "nossa" própria) é adotado agora na segunda metade do livro em relação à "honestidade" ou "probidade" [Redlichkeit] e aplicado à moralidade (tanto a tradicional quanto a "nossa" virtude moral). O que no início parecia ser uma apresentação da virtude moral do espírito livre se revela agora como uma "autossupressão" da moralidade. Esta interpretação recebe uma elaboração e confirmação adicionais pela luz que ela permite lançar sobre as seções supostamente antifeministas que encerram o capítulo. Abstract What is Nietzsche's message in the seventh chapter of Beyond Good and Evil: 'our virtues'? First an analysis of the structure of the chapter (which itself seems to be the central chapter of the second half of the whole book) is presented. From that analysis sections 214 and 227 appear to be of special importance. An analysis of mainly these two sections suggests that in this chapter the reader is being introduced into a typical Nietzschean condition: the critical questioning of morality is being made self-referential: the questioner makes his own questioning questionable. What Nietzsche did in section 1 of the first chapter with regard to philosophy and the will to truth (the traditional will to truth one as well as 'our' own), is now, in the second half of the book repeated with regard to 'honesty' or 'probity' [Redlichkeit] and so applied to morality (again: traditional, as well 'our' moral virtue). What in the beginning looks like being a presentation of the free spirit's moral virtue, turns out to be a 'self-liquidation' of morality. The interpretation is elaborated and confirmed by the clarifying light it sheds on the allegedly anti-feminist texts in the last part of the chapter.
- Published
- 2016
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