Le palmier wassaï (Euterpe oleracea Mart.), aussi appelé açaí au Brésil et pinot en Guyane, est natif du bassin amazonien, en Amérique du Sud. Dans cette région, il est d’une importance alimentaire majeure. En effet, on peut tirer de ses fruits un nectar très riche qui constitue une part importante de la consommation de certains peuples d’Amazonie, notamment pendant la période de fructification du palmier. Ce nectar est désormais à la mode en milieu urbain au Brésil, et s’exporte sous une large gamme de produits dérivés à l’international, grâce à ses vertus énergétiques et anti-oxydantes reconnues. Si la majeure partie de la production et de la transformation de wassaï se déroule à Belém, dans l’Etat du Pará au Brésil, de nombreuses autres filières existent à plus petite échelle, car le fruit comme le nectar, très périssables, supportent mal le transport. Cet article explicite la filière de production du nectar de wassaï du bas Oyapock, région frontalière entre la Guyane française et le Brésil. Nous étudions, du point de vue de l’ethnoécologie, les impacts de la frontière sur la dynamique des savoirs et des échanges du wassaï. Plus de 100 entretiens semi-directifs ont été menés chez les différents groupes ethniques du bas Oyapock, ainsi que des travaux d’observation participante de localisation des zones de croissance du wassaï, et un lexique spécialisé trilingue a été réalisé. Les résultats révèlent une très grande diversité de savoirs, de savoir-faire et d’usages de ce palmier, parmi les 9 groupes ethniques recensés dans la région. Ces usages sont le plus souvent spécifiques à chaque groupe, et en perte de vitesse, sauf la consommation de nectar, qui est commune à tous les groupes ethniques, en augmentation générale. Les savoirs et techniques consacrés à la domestication et à la préparation du nectar sont explicités. Dans le but de comprendre la répartition du palmier sur ce territoire, la cartographie des zones de croissance du palmier dans la région est établie en tenant compte des trois principaux écosystèmes distingués par les autochtones, ainsi que les zones de collecte et les circuits suivis par les fruits et le nectar tout au long du processus de production et de consommation. La discussion finale aborde notamment le problème du statut foncier des terres sur chaque rive du fleuve Oyapock, en Guyane française comme en Amapá, dont la situation bloquée freine l’amélioration des conditions de collecte et des volumes collectés. Enfin, nous questionnons l’impact de la construction du pont sur l’organisation des acteurs de la filière.A palmeira açaí (Euterpe oleracea Mart.), também chamada wassaï ou pinot na Guiana Francesa, é nativa da Amazônia, na América do Sul. Nesta região, ela desempenha uma grande importância na dieta das populações humanas. De fato, a partir das fruta pode-se tirar um suco grosso que é uma parte importante do consumo alimentar de alguns povos amazônicos, especialmente durante o período da frutificação. Nos últimos anos, este suco passou a ser consumido também em áreas urbanas no Brasil, e é exportado em uma ampla gama de produtos dele derivados a nível internacional, devido a suas conhecidas propriedades energéticas e anti-oxidantes . Mesmo tendo e a maioria da produção e do processamento do açaí se desdobrando em Belém (Pará, Brasil), muitas outras cadeias produtivas existem em uma menor escala, porque o néctar de fruta é altamente perecível, o que dificulta seu transporte. Este trabalho está focado particularmente na cadeia produtiva do açaí na região do baixo Oiapoque, na fronteira entre a Guiana Francesa e o estado do Amapá (Brasil). A preocupação central, em termos de etnoecologia, são os impactos da fronteira nas dinâmicas dos conhecimentos locais e das trocas de açaí. Mais de cem entrevistas semi-estruturadas foram realizadas entre os diferentes grupos étnicos do baixo Oiapoque, como um trabalho de mapeamento das áreas de crescimento da palmeira. Observações participantes e um léxico trilingüe especializado também foram feitos .Os resultados mostram uma grande diversidade de conhecimentos, habilidades e usos desta palmeira, entre os nove grupos étnicos morando na região. Com exceção do consumo, que é uma prática comum a todos estes povos, e tende a aumentar, os usos e técnicas específicos de cada grupo estão desaparecendo progressivamente. Nesta seção, explica-se em detalhes conhecimentos e técnicas dedicadas à domesticação da palmeira e à preparação do suco. A fim de entender a distribuição de palmeiras neste território, mapeamento das áreas de crescimento da palmeira na região é determinado, considerando os três principais ecossistemas distinguidos pelos povos indígenas. As áreas de colheita e trajetos seguidos por frutos e suco durante todo o processo de produção e consumo são estabelecidos. A discussão final aborda o problema particular da posse da terra em cada lado do rio Oiapoque. A situação fundiária, saturada, impede a melhoria das condições de coleta e o aumento do volume coletado. Por fim, questiona-se o impacto da ponte sobre a organização dos atores da cadeia produtiva.Açai palm (Euterpe oleracea Mart.), also called wassaï or pinot in French Guyana, is native from the Amazon Basin in South America. From its fruits, indigenous people are used to prepare a thick juice, which is a staple food during the period of fruiting of the palm tree. This juice is henceforth fashionable in urban zones in Brazil, and is exported under a wide range of industrial products, thanks to its recognized energy and anti-oxidizing properties. If the major part of the production and the transformation of açai takes place in Belém, in the State of Pará in Brazil, many other production sites exist on a smaller scale, because the fruit as the nectar, highly perishable, cannot be transported. In this paper we focus on the production chain of açai juice in the lower Oyapock region, which is the river border between French Guiana and Amapá, a State of Brazil. In the theoretical framework of ethnoecology, we study the impacts of the border on the dynamics of knowledge and exchanges of açai. More than hundred semi-directive interviews were conducted among different ethnic groups of low Oyapock, as well as works of participating observation, of mapping of the growth areas of açai palm, and a trilingual specialized lexicon was made. The results reveal a great diversity of knowledge, know-how and uses of this palm tree among the nine ethnic groups living in the region. These are mostly specific to each group, and in loss of speed, safe concerning the consumption of nectar, which is common to all the ethnic groups and is increasing. The knowledge and skills dedicated to palm domestication and to the preparation of the nectar are clarified. With the aim of understanding the distribution of the palm tree on this territory, the mapping of the zones of growth of the palm tree in the region is established by taking into account three main ecosystems distinguished by indigenous people, as well as the zones of collection and circuits followed by fruits and juice throughout the process of production and consumption. The final discussion approaches the problem of tenure of lands on each bank of the river Oyapock. The situation is blocked and that hinders the conditions of collection fruits, and slows down the improvement of collected volumes. Finally, we question the impact of the construction of a bridge on the Oyapock river, on the organization of the actors of the network.