O artigo examina as possibilidades de análise das ações coletivas de jovens, particularmente aquelas que derivam de práticas culturais, no interior de uma perspectiva que procura resgatar orientações do pensamento sociológico brasileiro que recusa uma segmentação estanque dos campos de estudo. A partir de balanço realizado da produção discente na Pós-Graduação nas Ciências Sociais, Educação e Serviço Social, é possível delinear novos desafios para a pesquisa sobre jovens e suas práticas coletivas. Um conjunto de estudos realizados a partir de meados dos anos 1990 oferece um quadro importante das manifestações derivadas dos denominados grupos de estilos e culturas juvenis, sobretudo no campo da música. Darks, punks, rappers foram os principais estilos investigados e, em menor escala, a cultura funk. A compreensão adensada das presenças diversificadas dos jovens nos espaços públicos em seus coletivos remete a uma necessária trans-versalidade que demanda não desconsiderar na análise outras dimensões da experiência juvenil. As transformações decorrentes da intensa expansão dos sistemas de ensino nas últimas décadas no Brasil, as novas configurações do mundo do trabalho e as significativas formas de apropriação do espaço urbano que articula novas formas de sociabilidade são aspectos importantes a serem considerados nas análises das denominadas culturas juvenis e suas formas de ação coletiva.This article examines the possibilities of analyzing collective action by young people, especially that which derives from cultural practices within a perspective that tries to recall the guiding lines of the Brazilian sociological thought which denies a rigid segmentation of study fields. Starting from a survey on student production in Post-Graduation programs in Social Sciences, Education, and Social Work, it is possible to delineate new challenges for the research on young people and their collective practices. A body of studies made since the mid-1990s provides an important framework of manifestations from the so called groups of juvenile style and culture, mainly in music. Darks, punks, and rappers were the main styles investigated and, in a lesser scale, the funk culture. A compacted understanding of the diversified presence of young people in public settings with their collectivities refers to a necessary transversality that demands not disregarding other dimensions of juvenile experience in the analysis. Transformations coming from an intense expansion of education systems in Brazil in the last decades, the new configurations of the working market, and the significant forms of appropriating the urban space, which articulate new forms of sociability, are important aspects to take into consideration in analyses on juvenile cultures and their forms of collective action.