Embora Darwin tenha insistido que a inteligência humana pudesse ser inteiramente explicada pela teoria da evolução, o co-descobridor da seleção natural, Alfred Russel Wallace, afirmou que a inteligência abstrata era de nenhuma serventia para os ancestrais humanos e só poderia ser explicada pelo design inteligente. 2 O aparente paradoxo de Wallace pode ser solucionado através de duas hipóteses sobre a cognição humana. A primeira é de que a inteligência humana seja uma adaptação a um conhecimento de uso, a um estilo de vida socialmente interdependente o nicho cognitivo. Isto compreende a habilidade de fazer triunfar as defesas evolutivas fixas de plantas e animais pelo uso do raciocínio, incluindo armas, armadilhas, planos de movimentos coordenados e desintoxicação de plantas. Tal raciocínio explora as teorias intuitivas sobre os diferentes aspectos do mundo, como objetos, forças, trajetórias, lugares, estados, substâncias e crenças e desejos de outras pessoas. A teoria esclarece traços zoologicamente3 incomuns no Homo sapiens, incluindo nosso complexo kit de ferramentas, a grande variedade de habitat e dietas, as prolongadas infâncias e vidas longas, a hipersociabilidade, o complexo ritual de acasalamento, a divisão em culturas e a linguagem (que multiplica o benefício do conhecimento, pois o know-how tem utilidade não somente prática, mas também como um bom intercâmbio com os outros, aumentando a evolução da cooperação) A segunda hipótese é de que os humanos possuem uma habilidade de abstração metafórica que os permite agregar faculdades que evoluíram originalmente para a resolução de problemas físicos e de coordenação social, aplicá-las a questões abstratas e combiná-las produtivamente. Essas faculdades podem ajudar a esclarecer o surgimento da cognição abstrata sem forças evolucionárias sobrenaturais e estranhas e que são, em princípio, testáveis através da análise estatística dos indícios de seleção no genoma humano