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Nesta conferência intitulada “A História Literária e a Sociologia”, proferida na École des Hautes Études Sociales em 29 de janeiro de 1904, Gustave Lanson (1857-1934) aborda uma miríade de temas que marcaram sua visão pioneira acerca da história da literatura: da relação entre indivíduo e contexto social à literatura como parte de um sistema de comunicação, passando pela questão da recepção. As análises propostas neste texto se configuram como um germe de importantes discussões futuras no campo dos estudos literários não só no contexto francês. Esta tradução inédita para o português baseou-se na versão deste texto publicada na Revue de Métaphysique et de Morale (1904).

A partir de uma questão sugerida por Antonio Candido na Formação da literatura brasileira — a difi-culdade que os escritores tiveram para elaborar um estilo adequado à representação dos costumes das comunidades do interior do país, inclusive dos dialetos regionais, desviantes da norma culta da língua portuguesa — este artigo tem o objetivo de dis-cutir algumas estratégias empregadas por Bernardo Guimarães para incorporar a tradição oral no romance, um gênero culto e vinculado ao livro, destinado ao público leitor urbano.

O artigo propõe-se a relativizar as colocações de Brito Broca a respeito de Corpo e alma de Paris, de Tomás Lopes (1909); Paris, de Nestor Vitor (1911); Paris-Luz, Paris-Trevas, de José Augusto Correia (1914), 365 dias de Boulevar, de Théo Filho (1919), considerando-se a configuração do gênero Literatura de viagem, no início do século XX, e o fato de, neste período, surgirem os primeiros livros de viagem de autoria de escritores brasileiros.