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O presente artigo realiza uma investigação psicanalítica sobre adolescência e suicídio por meio de uma elaboração teórica e do exame de algumas canções brasileiras que apresentam essa temática. Com base na abordagem psicanalítica da adolescência, ressalta-se a concepção freudiana de trabalho psíquico. Este é necessário na operação de atualização subjetiva que viabiliza a passagem adolescente e tem semelhanças com o processo de elaboração do luto. Esse ponto de convergência é o suporte da aproximação que propomos entre adolescência, suicídio e suas narrativas ficcionais, entre elas as canções. Entendemos o alcance e os limites dessas formas sublimadas de discurso com as quais muitos adolescentes se identificam. De um lado, as canções podem constituir narrativas que dão um tratamento à angústia que irrompe com o despertar pubertário, possibilitando construções singulares por meio da palavra. De outro, a imersão do sujeito num discurso sobre a morte pode intensificar a angústia e ocasionar identificações soldadas por um gozo mortífero, precipitando o ato.