Num momento de grandes transformações geopolíticas, a Alemanha continua sem uma posição claramente definida quanto ao papel que quer ou deve desempenhar no palco internacional. Convicta da sua responsabilidade para com outros povos, mas muito reticente em assumir uma posição de liderança, oscila na forma de afirmação dos seus interesses nacionais. Contudo, o seu crescente poder económico sugere tacitamente uma voz mais determinada nos assuntos externos, cada vez mais percecionados como «Weltinnenpolitik» (política interna mundial), como Willy Brandt, então chanceler da RFA, o antecipou já em 1973 perante a Assembleia Geral da ONU, aquando da integração da Alemanha Federal nesta instituição. Neste contexto, o artigo reflete sobre possíveis percursos para a política externa alemã na atualidade., At time of great geopolitical transformations, Germany remains without a clearly defined position about the role it wants or should play on the international stage. Convinced of its responsibility towards other people, but very reluctant to take on a position of leadership, it oscillates in the affirmation of its national interests. However, its growing economic power tacitly suggests a more determined voice in foreign affairs, increasingly perceived as "Weltinnenpolitik" (global domestic policy) as Willy Brandt, then Chancellor of the Federal Republic of Germany, anticipated in 1973 before the General Assembly of the United Nations, when West Germany was integrated into this institution. In this context, the article reflects on possible routes for German foreign policy today.