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Este artigo discute o processo de criação coletiva nos grupos teatrais latino-americanos Grupo Cultural Yuyachkani (Peru) e Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (Brasil), com suas nuances e diferenças, como espaços de experimentação e de resistência ao pensamento único. Para ambos os grupos, criar coletivamente é uma atitude ética, comprometida com um teatro que seja necessário no tempo e no lugar em que vivemos, constituindo-se como uma prática pedagógica que forma artistas-cidadãos.

Nas últimas décadas, o teatro contemporâneo tem trazido para o foco da construção dramatúrgica o tensionamento entre o campo da ficção e do real. Muitos espetáculos buscam trabalhar com procedimentos criativos que façam emergir o real em cena, gerando uma potente desestabilização na recepção de tais obras. Com base na noção de real traumático em Lacan (1988, 2005), este artigo aborda a irrupção do real na malha simbólica da escritura dramatúrgica, a partir da análise das obras autobiográficas Conversas com meu pai (2014) e Stabat Mater (2019) de Janaina Leite.

Este trabalho busca relatar a experiência vivida na Educação Infantil em uma escola pública do município de Pelotas/RS, problematizando os desafios e as surpresas da experiência de inserção como professor de teatro para crianças pequenas. O trabalho, realizado durante o Estágio I – Educação Infantil ou Ensino Fundamental, no Curso de Teatro – Licenciatura da UFPel, englobou a contação de histórias, brincadeiras tradicionais e jogos teatrais. Como aprendizado resultante dessa experiência, para os alunos foi o fato de poderem compreender o que era teatro e reconhecer seus personagens, figurinos, cenários e conceitos de ator/atriz e autor/autora. E para o estagiário, o aprendizado foi se desarmar da academia e suas rígidas regras e prazos e reaprender a fazer teatro de forma mais espontânea, livre de justificativas poéticas e trabalhar com o corpo e sua humanidade, transformando isso em arte e educação.

Este artigo apresenta reflexões sobre os corpos cênicos gordos e como a sociedade artística gera estereótipos sobre eles. Os corpos cênicos padrões são exigidos por toda essa sociedade que ainda preza por esses corpos. Penetrar nessa bolha de padrões estéticos tem sido o foco de muitos grupos e coletivos de atores e atrizes. Coloco minhas percepções como estudante de licenciatura em teatro e problematizo com algumas citações de Henri Bergson e Michel Foucault sobre o lugar que esse corpo cênico ocupa nessa sociedade que tem outros perfis de composição corporal.

A pesquisa em questão visa oferecer um estudo acerca do processo de encenação do espetáculo Agreste (Malva-Rosa), desenvolvido na cidade de João Pessoa – PB no ano de 2017. A observação do espetáculo terá como objetivo estabelecer relações com a pesquisa participante obtido por meio de uma viagem do elenco no meio do processo; e com a ideia de erro (desvio do padrão) que permeou os ensaios, gerando instabilidade ao coletivo. Ao final do estudo, pretende-se refletir acerca dessas convergências entre a encenação de Agreste (Malva-Rosa) com as premissas de pesquisa participante e erro.

Este artigo pondera sobre as reflexões desenvolvidas por Jean-Georges Noverre a partir do campo do conhecimento da anatomia. Apresenta e tece comentários sobre trechos da obra “Cartas sobre a Dança” (1998) e da edição de "Lettres sur les arts imitateurs en general et sur la danse en particulier” (1807). No texto aqui apresentado há um recorte a respeito dos conhecimentos anatômicos apresentados por Noverre e permite uma associação com o contexto da dança cênica vivenciado pelo artista. Elenca os autores estudados pelo artista para compor seus pensamentos, com o intuito de mostrar o entrelaçamento de sua experiência corporal em dança aos fundamentos da anatomia e à nascente ciência da mecânica de movimento.

A partir da reflexão sobre uma pesquisa em artes inspirada no feminismo, o texto propõe relações entre a representação das sapatilhas de ponta no balé clássico e seu uso pelas mulheres, resgatando aspectos históricos do balé romântico que contribuíram para que a figura etérea, delicada e leve da bailarina clássica passasse a atravessar o imaginário coletivo. Os processos criativos em dança contemporânea são discutidos como ações políticas para gerar outros modos de relação com as sapatilhas de ponta para quem dança e quem assiste, problematizando as noções sobre o feminino e a mulher propostas aqui como plurais.

Resumo: O presente artigo tem como finalidade analisar a importância da interculturalidade, tratada aqui como hibridez cultural, no percurso artístico de Jerzy Grotowski, sobretudo no Open Program of Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards, que está inserido em sua última fase de pesquisa denominada Arte como Veículo, observando o uso de técnicas e tradições não ocidentais e cantigas ancestrais afro-caribenhas, no encontro da sensibilidade e sinceridade interiores de si através do outro, num processo de resgate do corpo-memória ou espaço “sagrado” produzido por ações vocais e corporais experimentados pelos atuantes em oficina do referido Programa.

Resumo: O artigo discorre sobre a resistência política e artística em tempos difíceis nos quais a democracia é ameaçada e os artistas desvalorizados, tema bastante discutido durante o Seminário Práticas Políticas da Cena Contemporânea, que ocorreu em Porto Alegre no ano de 2016, dentro da programação do 11° Palco Giratório - SESC/Porto Alegre, com apoio do PPGAC (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas) - UFRGS. O texto tem por base um comparativo histórico inspirado pelo local no qual ocorreu o Seminário: o Teatro de Arena. Marcado por uma trajetória de luta, o pequeno teatro da capital gaúcha nos faz lembrar que a situação política atual possui muitas semelhanças com fatos ocorridos durante o período da ditadura civil-militar brasileira.