Este artigo apresenta duplo objetivo: por um lado, estabelecer um debate sobre o trabalho enquanto categoria ontológica e em sua forma histórico-conceitual, ressaltando seu papel nas relações sociedade-natureza e na produção do espaço geográfico e, por outro, destacar a importância de uma geografia do trabalho como perspectiva analítica para a apreensão dos sujeitos e mediações contidos na produção do espaço. Para tanto, analisamos como a ciência geográfica, desde os clássicos, por muito tempo, deixou a categoria trabalho em segundo plano, inserindo a técnica como mediação principal das relações sociedade-natureza. Esta posição prejudicou a ciência geográfica, uma vez que não trabalha com os sujeitos reais e concretos, gerando uma visão parcial da produção do espaço, e criando uma geografia das estruturas.