EnglishThis article has as its theoretical framework the studies of Giorgio Agamben, starting his analysis of the classic concept of the nation-state, configuring the field as a new essential element of this type, understanding the state of exception not as the classic suspension of the temporary regulation, but rather as a displaced location in territorial space, which should be understood as a government technique. This technique is present nowadays in democratic states even though the state of exception is not openly stated. The article analyzes the right to life and death of those who are inserted in this displaced space as a central issue of biopolitics, as medical science redefines the concept of death, brain death or death, finding that life and death has moving borders. The fusion between medicine and politics is found to be one of the essential features of modern biopolitics, where there is an exchange of roles in which the physician decides as much as the sovereign once decided. Finally, it is suggested that one cannot lose sight of the fact that the field and the state of exception are always virtually present and that scientific knowledge can at any time be used by state power, with the risks inherent in the convenience of the government. portuguesO presente artigo tem como marco teorico os estudos de Giorgio Agamben, partindo de sua analise do conceito classico de Estado-nacao, afigurando-se o campo como um novo elemento essencial desse, compreendendo-se o estado de excecao nao como a classica suspensao normativa temporaria, mas sim como uma localizacao deslocante contida no espaco territorial, a qual deve ser entendida como tecnica de governo. Essa tecnica estaria presente contemporaneamente, mesmo nos estados chamados democraticos ainda que o estado de excecao nao seja abertamente declarado. Analisa-se o direito sobre a vida e a morte daqueles que se encontram inseridos nesse espaco deslocalizado como questao central da biopolitica, na medida em que a ciencia medica redefine o conceito de morte, a chamada morte cerebral, constatando-se que a vida e a morte possuem fronteiras moveis. Observa-se que no Brasil, a legislacao se utiliza exclusivamente de criterios do Conselho Federal de Medicina (CFM) para o estabelecimento da morte cerebral, a qual fora utilizada como fundamento da procedencia da ADPF no 54. Com base em Michel Foucault refere-se as transformacoes sofridas pela instituicao hospitalar, destacando o aumento do poder medico, bem como a critica de Agamben ao autor porque ele nao teria avancado em seus estudos para o campo de concentracao, posto que fora nestes que ocorrera o apice da biopolitica (tanatopolitica). Verifica-se que a fusao entre a medicina e a politica e uma das caracteristicas essenciais da biopolitica moderna, onde ha uma troca de papeis em que o medico decide tanto quanto outrora decidia o soberano. Sugere-se, por fim, que nao se pode perder de vista que o campo e o estado de excecao estao sempre virtualmente presentes e que o conhecimento cientifico pode, a qualquer tempo, ser utilizado pelo poder estatal, com os riscos inerentes as conveniencias do governo.