Les auteurs explorent les modalités de coordinations professionnelles d’acteurs mobilisés au sein d’un média pour ajuster un outil de production destiné à la publication de revues de presse diffusées sur internet. L’outil est un CMS (content management system) développé pour youmag, composé d’un site et d’une application mobile. En un an, informaticiens, documentalistes, designers et journalistes ont dû s’accorder afin de co-construire des étapes pour éditer les revues de presse, en ajustant les étapes formalisées par l’outil. L’article propose une double approche, d’ordre socio-sémiologique : les auteurs interrogent et observent les journalistes dans leurs pratiques quotidiennes et analysent les interfaces du CMS, pour montrer comment celles-ci voilent en partie certains des gestes nécessaires pour produire l’information diffusée. Les passages entre la partie back-office et la partie rendue accessible aux publics nécessitent de la part des journalistes des « petits sauts » imaginatifs afin d’ajuster les informations aux différentes zones de publication. Ces dernières opposent de façon clivée le visible de ce qui s’affiche sur un terminal — le texte de l’interface, destiné au lecteur — et ce qui est composé, en amont ou en parallèle, dans les rédactions, dans les bureaux, sur les terrains. La construction de ce clivage est d’autant plus intéressante que les outils informatisés instituent un ordre du visible, et des régimes différents dans la mobilisation du donné à voir. Dans ce processus en construction, les représentations identitaires des journalistes sont comme atténuées, l’urgence étant à l’établissement d’un outil commun transversal efficient. The authors explore the modalities of the professional coordination of media actors called upon to fine-tune a production tool whose purpose is the publication of press reviews on the Internet. The tool is a CMS (content management system) developed for youmag and consisting of a website and a mobile application. For one year computer engineers, researchers, designers and journalists worked together to co-construct the parameters necessary to edit press reviews by adjusting the steps prescribed by the tool. This article proposes a two-pronged, socio-semiotic approach, with the authors questioning and observing the journalists in their daily practices, and analyzing the CMS interfaces to show how they veil in part some of the workings necessary to produce the disseminated information. The journey from the back office to the front office (accessible to the public) requires the journalists to make small imaginative leaps in order to adjust the news to the different areas of publication. The journalists strongly differentiate the visible material displayed on a terminal (the interface text destined for the reader) from what is created upstream or in parallel, in the newsrooms, in the offices, or in the field. The construction of this divide is all the more interesting in that the computerized tools institute an ordering of the “visible,” and other systems utilized in rendering the “thing to be seen.” In this construction process identity representations of journalists appear dimmed, as the priority is to establish an efficient and transverse collective tool. Os autores exploram as modalidades profissionais de coordenação dos atores mobilizados no âmbito de um veículo de comunicação com o objetivo de adaptaruma ferramenta de produção destinada à publicação de clippings a serem difundidos pela internet. A ferramenta é um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (Content management system – CMS) desenvolvido pela empresa de clipagem youmag, e que consiste em um site e um aplicativo para dispositivos móveis. Em um ano, programadores, documentalistas, designers e jornalistas tiveram de entrar em acordo para co-construir um conjunto de etapas destinadas à edição do clipping e cujos ajustes eram formalizadas por meio da ferramenta em questão. O artigo propõe uma dupla abordagem, de ordem socio-semiológica: os autores questionam e observam os jornalistas no cotidiano de suas práticas e analisam as interfaces do CMS para mostrar como elas encobrem parcialmente certos gestos necessários à produção da informação a ser difundida. A passagem entre o que acontece na retaguarda (back-office) e o que é fica acessível aos públicos requer, por parte dos jornalistas, a realização de “pequenos altos” imaginativos a fim de ajustarem as informações às diferentes zonas de publicação. Os jornalistas fazem uma forte distinção entre o que é visível, exposto em uma tela – o texto de interface, destinado ao leitor – e o que é produzido, em cadeia ou em paralelo, nas redações, nos escritórios, na cobertura exterior. Da mesma forma, a construção dessa clivagem se mostra mais interessante naquilo que as ferramentas informatizadas instituem na ordem do visível e nos diferentes regimes que integram a mobilização do dado que será visualizado. Nesse processo em construção, as representações identitárias dos jornalistas são atenuadas, na medida em que a urgência leva ao estabelecimento de uma ferramenta transversal comum e eficiente.