After the outbreak of debates on the degree of political and ideological instillation in Brazilian schools, driven by the movement Escola sem Partido originated in 2004, we faced the emergence of plenty of social groups’ actions and the powerful decisions of State agents that endangered the freedom of professorship. Furthermore, in recent years, conservative forces have gained ground in the legislative power, proposing numerous bills to limit didactic pedagogical freedom in schools. Following the implications that were raised by the debate, there was a wave of denunciations and accusations of ideologizing practices within the classroom, calling into question the role of education and educators in the moral and intellectual formation of the individual. This issue, however, raises other angles of analysis within the bureaucratic apparatus of the State regarding the reasons and moral values covered by the actors of power who act in its name. In this sense, choosing documentary research as a method, it started from a sample of documents collected in some Brazilian states, journalistic news and scientific works narrating experiences in which the issue of academic freedom was problematic. Evaluation and correlation were made of the speeches and high values by the authorities of the Brazilian Justice that were mobilized for the demand of the support groups to the teaching censorship, endorsing the senses of justice of these groups in dispute with the freedoms defended by the educators. Then, from the speeches, it was concluded that ideas such as “freedom” and “constitutionality” take on different meanings in the spaces where they are mobilized. The study used the theoretical support of the work of Pierre Bourdieu and Zygmunt Bauman about the bureaucracy and of its inflections during Modernity, realizing how critical moments in history that have inquired morality in human actions launched a major critique on how the bureaucratic ethos of the State reverberates in social life. Nenhuma Após a eclosão de debates sobre o grau de instilação político-ideológica nas escolas brasileiras, impulsionado pelo movimento Escola sem Partido originado em 2004, houve uma série de ações de grupos sociais e de decisões de agentes do poder de Estado que puseram em risco a liberdade de cátedra. Ademais, nos últimos anos, forças conservadoras ganharam espaço no poder legislativo, propondo inúmeros projetos de lei pela limitação da liberdade didático-pedagógica nas escolas. Na sequência de implicações que foram suscitadas com o debate, houve uma onda de denúncias e acusações de práticas de ideologização dentro das salas de aulas, colocando em xeque o papel da educação e dos educadores na formação moral e intelectual do indivíduo. Essa problemática, no entanto, alça outros ângulos de análise dentro do aparelho burocrático do Estado quanto às razões e aos valores morais acobertados pelos atores de poder que agem em seu nome. Nesse sentido, elegendo a pesquisa documental como método, partiu-se de uma amostra de documentos coletados em alguns estados brasileiros, notícias jornalísticas e trabalhos científicos narrando experiências em que a questão da liberdade de cátedra foi problemática. Foi feita uma avaliação e correlação dos discursos e dos valores elevados pelas autoridades da Justiça brasileira que se mobilizaram pela demanda dos grupos de apoio à censura docente, endossando os sentidos de justiça desses grupos em disputa com as liberdades defendidas pelos educadores. Em seguida, a partir dos discursos, concluiu-se que ideias como “liberdade” e “constitucionalidade” assumem sentidos diferentes nos espaços onde são mobilizados. O trabalho utilizou o respaldo teórico das obras de Pierre Bourdieu e de Zygmunt Bauman acerca da burocracia e de suas inflexões durante a Modernidade, percebendo como os momentos críticos na história que indagaram a moral nas ações humanas lançou uma crítica importante ao ethos burocrático do Estado que reverbera na vida social.