A Dark Tetrad (DT) tem vindo a ser associada a défices na capacidade empática, sobretudo no que respeita à empatia afetiva. Como parecem ter uma empatia cognitiva preservada, sujeitos com traços DT parecem discernir acerca do estado emocional dos outros mantendo-se frios e distantes desses estados, ou seja, parecem revelar-se menos permeáveis ao contágio das emoções dos outros. Neste sentido, sujeitos com traços DT, sobretudo os maquiavélicos, conseguem ter uma tomada de perspetiva certeira e a frieza emocional necessária em prol da manipulação que lhes é característica. Estas capacidades dos sujeitos da DT têm sido verificadas na literatura. Contudo, são escassos os estudos que exploram a capacidade que sujeitos com altos níveis de DT têm no contágio dos outros. Assim sendo, foi nosso principal objetivo analisar como é que estes indivíduos, com elevados traços de DT, em especial, indivíduos com altos traços maquiavélicos são capazes de utilizar as suas competências empáticas e frieza emocional para contagiar emocionalmente os outros. Para o efeito, foram recrutados 30 participantes, 6 “atores”, pelas suas características DT (2 maquiavélicos, 2 com altos níveis de DT e 2 com baixos níveis de DT) e 24 "juízes", pelos seus baixos níveis de DT (SD4) e valores medianos de empatia (IRI e BES). Os atores narraram histórias de vida aos juízes, e a sua reatividade emocional foi medida com recurso ao Self-Assessment Manikin. Os principais resultados sugerem que, quando os estímulos são positivos (histórias alegres), os atores altos em DT e os atores maquiavélicos parecem menos competentes a contagiar emoções. Curiosamente, quando se tratava de histórias tristes os atores altos em DT e maquiavélicos foram, de forma significativa, mais competentes a representá-las e a contagiar os juízes. Estes resultados são discutidos à luz da literatura atual acerca do contágio emocional nas personalidades negras. Dark Tetrad (DT) has been associated with deficits in empathic abilities, especially when affective empathy is concerned. As they seem to have unspoilt cognitive empathy, subjects with DT traits seem to discern about the emotional state of others, keeping themselves cold-hearted and distant from these states. That is, they seem to be less permeable to the contagion of the emotions of others. In this sense, subjects with DT traits, especially Machiavellian ones, are able to have a clear perspective and the emotional coldness necessary for the manipulation that is particular of them. These capacities of TD subjects have been verified in the literature. However, there are very few studies that explore the ability that subjects with high levels of TD have in tampering others. In this sense, it was our main goal to analyse how these individuals with high TD traits, especially individuals with high Machiavellian traits, can use their empathic skills and emotional coldness to emotionally alter others. For this purpose, 30 participants were recruited, 6 "actors", for their DT characteristics (2 Machiavellian, 2 with high DT levels and 2 with low DT levels) and 24 "judges", for their low DT levels (SD4) and median values of empathy (IRI and BES). The actors narrated life stories to the judges, and their emotional responsiveness was measured using the Self-Assessment Manikin. The main results suggest that, when the stimuli are positive (happy stories), the actors with high DT and the Machiavellian actors seem less competent in portraying emotions. Interestingly, when it came to sad stories, the high DT actors and Machiavellian ones were significantly more competent at playing them and alter the judges’ emotions. These results are explored considering the current literature on emotional contagion in dark personalities.