JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Sob bloqueio peridural torácico baixo ou médio, as alterações hemodinâmicas são facilmente controladas. Como o bloqueio peridural torácico alto (T2-T3) acomete, freqüentemente, as raízes do plexo braquial (C4)C5-T1(T2), algumas destas responsáveis pela formação do nervo frênico (C3-C4-C5) é de se supor, possíveis repercussões motoras deste último. O presente estudo realizado em cirurgias estéticas, sob bloqueio peridural segmentar isolado em T2-T3 ou associado ao bloqueio peridural segmentar em T11-T12, avaliou as repercussões motoras na dinâmica respiratória assim como nos membros superiores e inferiores. MÉTODO: Trinta e duas pacientes, estado físico ASA I e II, sem doença pulmonar broncoespástica, em atividade e peso corporal igual ou superior a 50 kg, foram submetidas a 21 bloqueios peridurais torácicos isolados em T2-T3 e as 11 restantes, a bloqueios combinados em T11-T12, com ropivacaína a 7,5% (45 a 90 mg) associada ao sufentanil (10 a 20 µg). Repercussões hemodinâmicas, respiratórias e motoras nos membros superiores e inferiores foram avaliadas respectivamente, sob monitorização não-invasiva, espirometria, força de preensão da mão e escala de Bromage. RESULTADOS: A média de duração das cirurgias mamárias foi de 105 minutos com depressão motora dos membros superiores (p < 0,001), com recuperação motora acontecendo aos 117,2 ± 51,3 minutos e a primeira manifestação de dor aos 485 ± 221,2 minutos. As cirurgias combinadas, que tiveram uma duração média de 165 minutos, com depressão motora dos membros inferiores grau 1, em 40% e grau 2, em 60% das pacientes pela escala de Bromage, sua recuperação ocorreu aos 223,9 ± 57,1 minutos e a primeira manifestação de dor em repouso, aos 555 ± 197,9 min. As funções pulmonares, VEF1 (l/seg); PFE (l.min-1); CVF (litros) apresentaram-se alteradas respectivamente, em 15,20% (p < 0,009); 13,36% (p < 0,029) e 18,09% (p < 0,007), com elevação de 8,75% do VEF1/CVF (p < 0,162). Hipotensão arterial (< 30 % dos valores iniciais) e bradicardia (< 55 bpm) ocorreram em cinco pacientes e tremores durante os bloqueios, em treze pacientes. CONCLUSÕES: Sob bloqueio torácico alto ou cérvico-torácico com doses e volumes reduzidos de soluções anestésicas, ocorrem repercussões motoras nos membros superiores e nas funções pulmonares. No entanto, a julgar por observações preliminares e do presente estudo, as alterações espirométricas foram estatisticamente significativas, porém, sem expressão clínica na dinâmica respiratória, sendo essencialmente decorrentes da paralisia dos nervos intercostais, mais que do nervo frênico. BACKGROUND AND OBJECTIVES: Hemodynamic changes are easily controlled under low or median thoracic epidural block. Since high thoracic epidural block (T2-T3) often affects brachial plexus roots (C4) C5-T1(T2), some of them responsible for phrenic nerve formation (C3-C4-C5), potential motor repercussions on this nerve are to be expected. Our study performed during cosmetic surgeries under isolated segmental epidural block in T2-T3 or associated to segmental epidural block in T11-T12, has evaluated motor repercussions on respiratory dynamics, upper and lower limbs. METHODS: Participated in this study 32 patients physical status ASA I and II, without active bronchospastic pulmonary disease and body weight equal to or above 50 kg, 21 of whom were submitted to isolated thoracic epidural blocks in T2-T3 and the remaining patients (11) were submitted to a combined thoracic epidural blocks in T11-T12 with 7.5% ropivacaine (45 to 90 mg) associated to sufentanil (10 to 20 µg). Hemodynamic, respiratory and upper and lower limbs motor repercussions were evaluated by noninvasive monitoring, spirometry hand grasping strength and Bromage score, respectively. RESULTS: Mean mammary surgeries duration was 105 minutes with upper limbs motor depression (p < 0.001), with motor recovery at 117.2 ± 51.3 min and first pain complaint at 485 ± 221.2 min. Combined surgeries with mean duration of 165 min, with lower limbs motor depression level 1 in 40% and level 2 in 60% of patients according to Bromage score, with recovery at 223.9 ± 57.1 min and first pain complaint at rest at 555 ± 197.9 min. Pulmonary functions VEF1 (L/sec); PFE (L.min-1); FVC (liters) were changed in 15.20% (p < 0.009); 13.36% (p < 0.029) and 18.09% (p < 0.007), respectively, with 8.75% VEF1/FVC increase (p < 0.162). There has been hypotension (< 30% above baseline values) and bradycardia (< 55 pbm) in 5 patients and shivering during blockade in 13 patients. CONCLUSIONS: Under high thoracic or cervico-thoracic blockades with decreased anesthetic solution doses and volumes, there have been upper limbs and pulmonary functions motor repercussions. However, according to preliminary observations and this study, spirometric changes were statistically significant, but without clinical expression in respiratory dynamics, being essentially more a consequence of intercostal nerves than of phrenic nerve paralysis. JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Sobre bloqueo peridural torácico bajo o medio, las alteraciones hemodinâmicas son fácilmente controladas. Como el bloqueo peridural torácico alto (T2-T3) acomete, frecuentemente, las raíces del plexo braquial (C4)C5-T1(T2), algunas de estas responsables por la formación del nervio frénico (C3-C4-C5) es de suponer, posibles repercusiones motoras de este último. El presente estudio realizado en cirugías estéticas, sobre bloqueo peridural segmentar aislado en T2-T3 o asociado al bloqueo peridural segmentar en T11-T12, evaluó las repercusiones motoras en la dinámica respiratoria así como en los miembros superiores e inferiores. MÉTODO: Treinta y dos pacientes, estado físico ASA I y II, sin molestia pulmonar broncoespástica, en actividad y peso corporal igual o superior a 50 kg, fueron sometidos a 21 bloqueos peridurales torácicos aislados en T2-T3 y las 11 restantes, a bloqueos peridurales torácicos en T11-T12, con ropivacaína a 7,5% (45 a 90 mg) asociada al sufentanil (10 a 20 µg). Repercusiones hemodinámicas, respiratorias y motoras en los miembros superiores e inferiores fueron evaluadas respectivamente, sobre monitorización no invasiva, espirometria, fuerza de preensión de la mano y escala de Bromage. RESULTADOS: La media de duración de las cirugías mamarias fue de 105 min con depresión motora de los miembros superiores (p < 0,001), con recuperación motora aconteciendo a los 117,2 ± 51,3 min y la primera manifestación de dolor a los 485 ± 221,2 min. Las cirugías combinadas, que tuvieron una duración media de 165 min, con depresión motora de los miembros inferiores grado 1, en 40% y grado 2, en 60% de los pacientes por la escala de Bromage, cuya recuperación ocurrió 223,9 ± 57,1 min y la primera manifestación de dolor en reposo, a los 555 ± 197,9 min. Las funciones pulmonares, VEF1 (l/seg); PFE (l.min-1); CVF (litros) se presentaron alteradas respectivamente, en 15,20% (p < 0,009); 13,36% (p < 0,029) y 18,09% (p < 0,007), con elevación de 8,75% del VEF1/CVF (p < 0,162). Hipotensión arterial (< 30 % de los valores iniciales) y bradicardia (< 55 bpm) ocurrieron en cinco pacientes y tremores durante los bloqueos, en trece pacientes. CONCLUSIONES: Sobre bloqueo torácico alto o cérvico-torácico con dosis y volúmenes reducidos de soluciones anestésicas, ocurren repercusiones motoras en los miembros superiores y en las funciones pulmonares. Entre tanto, a juzgar por observaciones preliminares y del presente estudio, las alteraciones espirométricas fueron estadísticamente significativas, pero, sin expresión clínica en la dinámica respiratoria, siendo esencialmente decurrentes de la parálisis de los nervios intercostales, más que del nervio frénico.