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O envelhecimento traz consigo diversas alterações, dentre elas físicas e fisiológicas, gerando declínio na capacidade funcional. Além disso, o sedentarismo é outro fator interveniente para a diminuição da capacidade funcional. O objetivo do presente estudo foi correlacionar a capacidade funcional com variáveis que interferem na qualidade de vida do indivíduo idoso, bem como com o tempo de comportamento sedentário. Trata-se de um estudo de caráter transversal, cuja amostra foi composta por 25 idosos de ambos os sexos, com idades entre 60 e 79 anos. Foram aplicados a anamnese e os questionários, IPAQ, SF-36 e IAQI. Como resultados, os indivíduos que apresentaram maior capacidade funcional, possuem melhores aspectos de vida social e menos limitações emocionais, bem como os que apresentaram maiores limitações físicas obtiveram menor vitalidade, sociabilidade, maiores limitações emocionais e menor saúde mental. Além disso, quanto maior o tempo de comportamento sedentário dos indivíduos, menor o equilíbrio de marcha, estado geral de saúde e vitalidade. Conclusão: A qualidade de vida está associada a um conjunto de aspectos e fatores que se relacionam entre si, dessa forma, a capacidade funcional pode ser afetada pelo envelhecimento, mas também pelo estilo de vida dos indivíduos. [resumo fornecido pelo autor] Aging brings with it several changes, among them physical and physiological, generating a decline in functional capacity. In addition, a sedentary lifestyle is another intervening factor for the decrease in functional capacity. The aim of the present study was to correlate functional capacity with variables that interfere with the quality of life of the elderly individual, as well as with the time of sedentary behavior. This is a cross-sectional study, whose sample consisted of 25 elderly men and women, aged between 60 and 79 years. Anamnesis and questionnaires, IPAQ, SF-36 and IAQI were applied. As a result, individuals who showed greater functional capacity, have better aspects of social life and less emotional limitations, as well as those who had greater physical limitations, obtained less vitality, sociability, greater emotional limitations and less mental health. In addition, the longer the individuals' sedentary behavior, the lesser the gait balance, general health and vitality. Conclusion: Quality of life is associated with a set of aspects and factors that are related to each other, thus, functional capacity can be affected by aging, but also by the lifestyle of individuals. [resumo fornecido pelo autor]

O envelhecimento acarreta modificações que podem interferir negativamente no estado nutricional, e esse tem relação com a modulação das doenças crônicas. A cronicidade dessas doenças aumenta o risco de incapacidade funcional, que por sua vez, está associada ao aumento da mortalidade em idosos. Objetivou-se neste estudo avaliar as inter-relações entre o estado nutricional, a incapacidade funcional e a mortalidade entre idosos de Viçosa (MG). Realizou-se um estudo prospectivo, com amostra aleatória simples de 796 idosos, não institucionalizados, de Viçosa (MG). Na linha de base (2009/2010), coletou-se os dados atráves de entrevistas domiciliares aplicando questionário semi-estruturado para obtenção de informações sociodemográficas, de saúde, hábitos de vida, consumo alimentar e estado nutricional. Para obtenção dos dados de óbitos ocorridos entre 2009 e 2018, consultou-se o banco de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Nos casos em que os idosos não foram registrados no SIM, realizou-se ligações telefônicas e visitas domiciliares aos familiares/responsáveis dos idosos falecidos para obtenção de informações do óbito. Foram realizadas análises descritivas dos dados, comparação entre grupos por meio dos testes t de Student, Mann-Whitney, Qui-quadrado de Pearson e de tendência linear. Foram utilizados modelos aditivos generalizados (GAM) para a identificação de pontos de corte do índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura (PC), perímetro da perna (PP) e relação cintura- estatura (RCE). Foi realizada análise de sobrevida a partir de curvas de sobrevida estimadas pelo método de Kaplan-Meier, para comparação das curvas, os testes Log-rank e Peto e modelos de regressão de Cox para avaliar a associação independente entre alterações nutricionais e mortalidade. Foi utilizada modelagem de equações estruturais para avaliar as inter-relações entre incapacidade funcional e estado nutricional na mortalidade. No período de acompanhamento (2009 a 2018) ocorreram 197 óbitos (24,7%). As principais causas de óbito foram as doenças do aparelho circulatório (31,2%). A probabilidade de sobreviver foi maior para idososcom valores aumentados de RCE. Os idosos com maior risco de morte, segundo os pontos de corte estimados a partir do GAM, foram aqueles com RCE < 0,52 e ≥ 0,63, com PC < 83 cm e ≥ 101 cm e com PP e IMC respectivamente, < 34,5 cm e < 24,5 Kg/m². Observou-se aumento de risco de morte nos idosos com elevada adisposidade, representada por PC elevado (HR: 2,03 IC95%: 1,20-3,41) e RCE elevada (HR: 1,51 IC95%: 1,01-2,26). Observou-se, ainda, maior risco de morte em idosos com baixo peso e baixa reserva muscular: IMC < 18,5 Kg/m² (HR: 2,57, IC95%: 1,23-5,35) e PP < 34,5 cm (HR: 1,72, IC95%: 1,27-2,33 e < 31 cm (HR: 2,11, IC95%: 1,44-3,10), respectivamente. Observou-se efeitos indiretos do IMC sobre a mortalidade mediados pela incapacidade funcional e número de doenças. Diante do exposto, atenção deve ser dada aos pontos de corte identificados para os indicadores antropométricos de baixo peso, baixa reserva muscular e adiposidade, de forma a se propor antecipadamente intervenções necessárias à promoção da saúde dos idosos. Além disso, a manutenção de um estado nutricional adequado é fundamental para prevenção da incapacidade funcional e, consequentemente, da mortalidade precoce. Palavras-chave: Idoso. Estado nutricional. Incapacidade funcional. Mortalidade. Aging causes changes that can negatively affect nutritional status, and this is related to modulation of chronic diseases. The chronicity of these diseases increases risk of functional disability, which therefore is associated with increased mortality in the older adults. The aim of this study was to evaluate the interrelationship among nutritional status, functional disability and mortality in the older adults in Viçosa (MG). A prospective study was carried out, with a simple random sample of 796 non- institutionalized older adults living in Viçosa (MG). In the baseline (2009/2010), data were collected through home interviews using a semi-structured questionnaire to obtain sociodemographic, health, lifestyle, food consumption and nutritional status information. To obtain data on deaths that occurred between 2009 and 2018, database on the Mortality Information System (SIM) was consulted. In cases where the older adults were not registered in the SIM, telephone calls and home visits were made to the family members/ guardians of the deceased subjects to obtain death information through consultation with the Death Declaration/ Certificate. Descriptive analyses of data were performed and comparison between groups using Student's t- test, Mann-Whitney, Pearson's chi-square and linear trend tests. Generalized additive models (GAM) were used to identify cutoff points for body mass index (BMI), waist perimeter (WP), calf perimeter (CP) and waist-height ratio (WHR). Survival analysis was performed using survival curves estimated by the Kaplan-Meier method and the Log-rank and Peto tests to compare the curves, and Cox regression models to assess the independent association between nutritional changes and mortality. Structural equation modeling was used to assess the interrelationships between functional disability and nutritional status in mortality. In the follow-up period (2009 to 2018), there were 197 deaths (24.7%). The probability of surviving was higher for the older adults with increased values of WHR. Main cause of death was circulatory system diseases (31.2%). The older adults with an increased risk of death, according to the cutoff points estimated from the GAM, were those with WHR

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Características do ambiente no qual as pessoas vivem, como nível socioeconômico da vizinhança, disponibilidade para a aquisição de gêneros alimentícios e a infraestrutura para a caminhada, têm sido propostas como fatores associados ao envelhecimento saudável em diversos países. No entanto, ainda existem lacunas de conhecimentos e controvérsias sobre quais os componentes do ambiente podem influenciar a obesidade e a incapacidade funcional na população idosa. O objetivo geral deste estudo foi investigar a relação entre o ambiente, a obesidade e a incapacidade funcional em população idosa urbana. Para tanto, realizou-se estudo seccional, com amostra aleatória simples de 499 idosos, residentes na região urbana do município de Viçosa (MG), em 2009. Realizou-se a coleta de dados individuais através de entrevistas domiciliares aplicando-se questionário semi-estruturado, com variáveis relativas a condições demográficas, socioeconômicas, de saúde e nutrição. Adicionalmente, foram aferidos o peso e a estatura. Para caracterizar o ambiente, foram utilizadas informações georreferenciadas obtidas por meio de avaliação objetiva do ambiente referentes aos estabelecimentos de venda de alimentos da cidade de Viçosa (in natura, ultraprocessados e mistos). Também foram utilizados dados secundários obtidos a partir do censo demográfico do ano de 2010, com informações censitárias de limites geográficos de setores censitários, entorno residencial e variáveis sociodemográficas. A partir das variáveis coletadas, calculou-se o Índice de Vulnerabilidade Social e foi criado um índice de caminhabilidade para a cidade composto por densidade residencial e comercial, conectividade de ruas, presença de calçadas e iluminação pública. As variáveis de desfecho de interesse do estudo foram a incapacidade funcional e a obesidade. As variáveis explicativas de interesse foram sexo, idade, coabitação, escolaridade, raça/cor, renda (individuais) e estabelecimentos de aquisição de alimentos, índice de vulnerabilidade social, densidade residencial, densidade populacional, presença de calçadas, arborização, iluminação pública, declividade do terreno, índice de caminhabilidade (ambientais). Realizaram-se análise descritiva dos dados, comparação entre grupos por meio dos testes Wilcoxon-Mann-Whitney, qui-quadrado de Pearson e de tendência linear e análise múltipla utilizando modelos de Equações de Estimativa Generalizadas (GEE) e modelos de regressão logística multinível. Foi realizada uma análise comparativa das variáveis individuais e ambientais referentes aos conglomerados de maior e menor prevalência de obesidade. As áreas de alta prevalência foram caracterizadas pelo menor nível de escolaridade e maioria do sexo feminino quando comparado às áreas de baixa prevalência de obesidade. Ainda, os conglomerados de alta prevalência de obesidade apresentaram menor densidade de estabelecimentos de venda de alimentos mistos, menor proporção de ruas com declividade acessível, menor presença de árvores e maiore índice de caminhabilidade. Em relação à incapacidade funcional, após análise de regressão, verificou-se que os idosos residentes em áreas com maior caminhabilidade apresentaram menores razões de chance de incapacidade funcional mesmo após ajuste por variáveis confundidoras. O presente estudo evidenciou relação entre o ambiente construído, a incapacidade funcional e a obesidade. Promover mudanças no ambiente construído pode ser eficaz na minimização da incapacidade funcional e obesidade à medida que a população envelhece, favorecendo o envelhecimento ativo e saudável. Palavras-chave: Idosos. Obesidade. Incapacidade funcional. Análise ambiental. Characteristics of the environment in which people live, such as the socioeconomic level of the neighborhood, availability to purchase food and infrastructure for walking, have been proposed as factors associated with healthy aging in several countries. However, there are still gaps in knowledge and controversies about which components of the environment can influence obesity and functional disability. The objective of this study was to estimate the association between individual and environmental factors with obesity and functional disability in the urban elderly population. A cross-sectional study was carried out with a simple random sample of 499 elderly people living in the urban region of Viçosa (MG), in 2009. Individual data were collected through home interviews using a semi-structured, with variables related to demographic, socioeconomic, health and nutrition conditions. In addition, weight and height were measured. In order to characterize the environment, we used georeferenced information obtained through an objective evaluation of the environment related to the food stores of the city of Viçosa (in natura, ultraprocessed and mixed). Secondary data obtained from the demographic census of the year 2010 were also used, with census information of geographical boundaries of census tracts, residential environment and sociodemographic variables. From the variables collected, the Social Vulnerability Index was calculated and a index of walkability was created, consisting of residential and commercial density, street connectivity, sidewalk presence and public lighting. The outcome variables of interest in the study were functional disability and obesity. The explanatory variables of interest were sex, age, cohabitation, schooling, race/color, income (individual) and food acquisition establishments, social vulnerability index, residential density, population density, presence of sidewalks, afforestation, slope of the terrain, walkability index (environmental). Descriptive data analysis was performed, comparing groups using the Wilcoxon-Mann-Whitney, Pearson chi-square and linear trend and multivariate analyzes using Generalized Estimating Equations (GEE) models and multilevel logistic regression models. A comparative analysis of individual and environmental variables was carried out regarding the conglomerates with the highest and lowest prevalence of obesity. The high prevalence areas were characterized by the lower level of schooling and most of them female when compared to areas of low prevalence of obesity. Still, conglomerates with high prevalence of obesity presented lower density of establishments selling mixed foods, a lower proportion of streets with accessible declivity, a lower presence of trees and higher population and low walkability index. Regarding functional disability, after regression analysis, it was verified that the elderly living in areas with greater walkability presented lower odds ratios for functional disability even after adjusting for confunding variables. The present study showed a relationship between the built environment, functional disability and obesity. Promoting changes in the built environment can be effective in minimizing functional disability and obesity as the population ages, favoring active and healthy aging. Keywords: Older adults. Obesity. Functional disability. Environmental analysis.