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Orientadora: Profa. Dra. Flávia da Fonseca Feitosa Coorientador: Prof. Dr. Klaus Frey Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação de Planejamento e Gestão do Território, São Bernardo do Campo, 2018. As TICs têm gerado muitas transformações no cotidiano dos indivíduos e na sua relação com as cidades. O desenvolvimento de diversos dispositivos tecnológicos aliados à uma crescente conexão entre eles e à internet ("internet das coisas"), têm introduzido novas perspectivas de soluções para as cidades diante das demandas sociais crescentes devido ao aumento da população urbana no mundo. Sob a alcunha de "Cidades Inteligentes" (CIs) ou "Smart Cities", um novo modelo de olhar e planejar a cidade tem se apresentado com a promessa de contribuir com a gestão urbana ao promover mais eficiência, economia de custos, diminuição de desperdícios, crescimento e desenvolvimento social. No entanto, surgem algumas questões sobre este fenômeno recente, que carrega dilemas e preocupações. Afinal, quais são as possibilidades e os limites das CIs? Quais são as implicações de sua adoção para o Planejamento Urbano e para as Políticas Públicas? Desta maneira, este estudo tem por objetivo identificar as possibilidades e as limitações das Cidades Inteligentes para o Planejamento e Gestão Urbanos. Para tanto foi realizada uma Revisão Sistemática da Literatura para se compreender o debate contemporâneo sobre os "benefícios" e as "críticas" associadas às CIs no contexto do Planejamento Urbano. Foram selecionadas 64 publicações - do total de 1.947 textos - e criadas 24 dimensões explicativas que ajudaram a construir uma paisagem atual das discussões sobre as oportunidades e os riscos de implementação das CIs. Tais dimensões foram associadas ao trabalho seminal de Campbell sobre o "Triângulo dos Planejadores" e analisadas à luz dos seus conceitos e de elementos de Políticas Públicas, o que permitiu construir uma compreensão abrangente das possibilidades e dos perigos das CIs para as cidades. Percebe-se, de forma geral, que os benefícios das CIs apontados pelos estudos podem ser conectados aos objetivos de planejamento de gestores urbanos e indicam contribuição no crescimento, na justiça social e na proteção ambiental. Por outro lado, verifica-se que a atual gramática de implementação das CIs está associada a uma lógica e narrativa neoliberais que tendem a capturar o Estado e excluir a população e seus interesses do direito de construir e reconstruir as cidades. Este fato revela, portanto, a importância de se aperfeiçoar mecanismos de Governança, Instituições de Participação e de Capacidades Estatais que assegurem os diversos interesses da sociedade e compreendam o desenvolvimento das CIs no âmbito de produção de uma Política Pública. Information and Communication Technologies (ICTs) have led many transformations and impacts on individuals' daily lives and their relationship with cities. The development of various devices such as smartphones, tablets, digital sensors, autonomous cars, wearable equipment etc. allied to a growing connection between them and the internet (the "internet of things"), have introduced new perspectives of solutions for cities in the face of growing social demands due to the increase of urban population in the world. Under the nickname "Smart Cities" (SCs), a new model of looking and planning the city has come forward with the promise of contributing to urban management by promoting more efficiency, cost savings, waste reduction, growth and social development. However, some questions arise about this recent phenomenon, which carries dilemmas and concerns. After all, what are the possibilities and limits of Smart Cities? What are the implications of its adoption for Urban Planning and Public Policy? In this way, this work aims to identify the possibilities and limitations of the Smart Cities for Urban Planning and Management. For this purpose a Systematic Literature Review was carried out to understand the contemporary debate about the "benefits" and "criticisms" associated with CIs in the context of Urban Planning. Sixty-four publications were selected - out of a total of 1,947 texts - and 24 explanatory dimensions were created that helped to construct a current landscape of discussions about the opportunities and risks of SCs implementation. These dimensions were associated with Campbell's "Triangle of Planners" and analyzed in the light of their concepts and Public Policy elements, which allowed building a widespread understanding of the possibilities and dangers of SCs to cities. It is generally perceived that the benefits of the SCs pointed out by the studies can be connected to the planning objectives of urban managers and indicate that they contribute to growth, social justice and environmental protection. On the other hand, it is also verified that the current grammar of implementation of SCs is associated with a neoliberal logic and narrative of private initiative that tend to capture the State and exclude population and its interests from the right to build and rebuild cities. This fact reveals, therefore, the importance of improving mechanisms for Governance, Institutions of Participation and development of State Capacities that assure the diverse social interests and understand the Smart Cities in the scope of the production of a Public Policy.