The presence of a savanna-forest vegetation mosaic in the Gran Sabana, Canaima National Park (CNP), has been more than an academic controversy since the 1980s through to the 2010s in Venezuela. Scientists, Park administrators and officials from institutions devoted to protect the Caroní river basin within the limits of the Park, argued that the presence of savannas under a tropical rainfall regime that could support humid forests was due to the fire practices used by the local Pemón Indigenous communities. This misconception justified applying fire suppression policies, aimed at putting out all types of fires in CNP, especially the “compulsive burning” (thus so called by some scientists) by Pemón people in forest areas. This paper describes the initiatives, pursued for more than 20 years, to consolidate intercultural and participatory fire management in the CNP, Gran Sabana, which evolved as result of several participatory action-research projects coordinated by academics, and supported by national and regional public development institutions. The inclusion of Pemón Indigenous communities, firefighters, public officials, and academics in field research and joint experimentation, as well as in debates and dialogues on socio-ecological issues relevant to CNP, allowed the development of articulated knowledge and actions that were the foundations of a new paradigm of fire management and strategies for climate change mitigation and adaptation. Since 2015, these actions have been further extended to neighbouring countries of the Guiana Shield in the Northern Amazonia and other regions of Latin-America, with the collaboration and support of Venezuelan, British and other European institutions. A existência do mosaico de vegetação savana-floresta na Gran Sabana, Parque Nacional Canaima (PNC), representou mais do que uma polêmica na academia da Venezuela, no período de 1980-2010. Pesquisadores, administradores do Parque e funcionários de outras instituições encarregadas de proteger a bacia do rio Caroní, dentro do Parque, argumentaram que a presença de savanas em regime de chuva tropical típico de florestas úmidas era uma decorrência das práticas de uso do fogo utilizadas pelas comunidades indígenas Pemón. Essa falsa premissa justificou a aplicação de políticas de supressão, destinadas a apagar todo tipo de fogo no PNC, especialmente as “queimadas compulsivas” (assim chamadas por alguns pesquisadores) em áreas florestais, realizadas pelo povo Pemón. Este artigo descreve as iniciativas realizadas ao longo de mais de 20 anos para consolidar o manejo intercultural e participativo do fogo no PNC que evoluíram a partir de diversos projetos de pesquisa-ação participativa coordenados por acadêmicos e apoiados por instituições públicas nacionais e regionais. A inclusão de comunidades indígenas Pemón, bombeiros e funcionários públicos durante a execução de experimentos de campo, bem como em debates e diálogos sobre questões socioecológicas, permitiu o desenvolvimento de conhecimentos e ações articuladas que foram, posteriormente, os alicerces de um novo paradigma do manejo do fogo e de estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas no PNC. Desde 2015, essas ações foram estendidas aos países vizinhos do Escudo das Guianas, ao norte da Amazônia, e a outras regiões da América Latina, com o apoio de instituições venezuelanas, britânicas e outras instituições europeias. La existencia del mosaico de vegetación sabana-bosque en la Gran Sabana, Parque Nacional Canaima (PNC), ha representado más que una controversia académica en Venezuela, en el período 1980-2010. Científicos, administradores del Parque y funcionarios de otras instituciones encargados de proteger la cuenca del río Caroní, dentro del Parque, argumentaban que la presencia de sabanas bajo un régimen pluvioso tropical típico de bosques húmedos, se debía a las prácticas de fuego utilizadas por las comunidades indígenas Pemón. Esta falsa premisa justificaba la aplicación de políticas de supresión, destinadas a apagar todo tipo de fuegos en el PNC, especialmente las “quemas compulsivas” (así denominadas por algunos científicos) en zonas forestales, por parte del pueblo Pemón. Este artículo describe las iniciativas realizadas durante más de 20 años, para consolidar el manejo intercultural y participativo del fuego en el PNC que evolucionaron como resultado de varios proyectos participativos de investigación-acción coordinados por académicos y apoyados por instituciones públicas nacionales y regionales. La inclusión de las comunidades indígenas Pemón, los bomberos y los funcionarios públicos durante la ejecución de experimentos en campo, así como en debates y diálogos sobre temas socio-ecológicos, permitió desarrollar conocimientos y acciones articuladas que fueron luego los cimientos de un nuevo paradigma de manejo del fuego y de estrategias de mitigación y adaptación al cambio climático en el PNC. Desde 2015, estas acciones se han extendido a países vecinos del Escudo Guayanés, al norte del Amazonas, y otras regiones de América Latina, con el apoyo de instituciones venezolanas, británicas y otras europeas.