Souza, Thylia Teixeira, Kantorski, Luciane Prado, Ubessi, Liamara Denise, Machado, Roberta Antunes, Antonacci , Milena Hohmann, Argiles , Carmen Terezinha Leal, and Willrich , Janaina Quinzen
This article aimed to discuss the relationship of life experiences and trauma with hearing voices, and the content related to both. A qualitative study was carried out with 12 participants of a Virtual Self Help Group, from September to October 2020. Minayo's thematic analysis was used to interpret the interviews, which resulted in two categories: (a) experiences of life and traumas related to the phenomenon of hearing voices and (b) content of voices and their relationship with trauma. Participants reported several events/situations in their lives that were related to their experience of hearing voices, such as sexual abuse, change of residence, institutional violence, harassment, family conflicts, abusive relationships, and bullying. Traumatic life situations, which are often avoided, subjectively repressed, tend to return as manifestations of the unconscious, whether in dreams, jokes, wrongdoings or as voices. This study identified that the voices heard by the participants are a reflection of emotions and feelings that remained latent. Thus, it is necessary to change the perspective on the pathological conditioning expended on this experience, to consider the situations and traumas experienced, in order to provide positive coping in the relationship with the voices. It is noteworthy the lack of studies that reflect on the need to explore the life history of these listeners and the relationship between trauma and the experience of hearing voices. Este artículo tuvo como objetivo discutir la relación de las experiencias de vida y el trauma con escuchar voces, y el contenido relacionado con ellos. Estudio cualitativo, realizado con 12 participantes de un Grupo virtual de ayuda mutua, de septiembre a octubre de 2020. Para interpretar las entrevistas, se utilizó el análisis temático de Minayo, que resultó en dos categorías: (a) experiencias de vida y traumas relacionados con el fenómeno de escuchar voces y (b) el contenido de las voces y su relación con el trauma. En esta investigación, los participantes informaron varios eventos/situaciones en sus vidas que estaban relacionados con su experiencia de escuchar voces, como abuso sexual, cambio de residencia, violencia institucional, acoso, conflictos familiares, relaciones abusivas y bullying. Las situaciones traumáticas de la vida que, muchas veces son evitadas y reprimidas subjetivamente, tienden a volver como manifestaciones del inconsciente, ya sea en sueños, bromas, fechorías o como voces. Este estudio identificó que las voces escuchadas por los participantes son un reflejo de emociones y sentimientos que permanecieron latentes. Por tanto, es necesario cambiar la perspectiva sobre el condicionamiento patológico desplegado en esta experiencia, para considerar las situaciones y traumas vividos, a fin de proporcionar un afrontamiento positivo en la relación con las voces. Es de destacar la falta de estudios que reflexionen sobre la necesidad de explorar la historia de vida de estos oyentes y la relación entre el trauma y la experiencia de escuchar voces. Este artigo teve como objetivo discutir a relação das experiências de vida e do trauma com a audição de vozes, e o conteúdo relacionado a ambos. Estudo de caráter qualitativo, realizado com 12 participantes de um Grupo Virtual de Auto Mútua Ajuda no período de setembro a outubro de 2020. Utilizou-se da análise temática de Minayo para a interpretação das entrevistas, que resultou em duas categorias: (a) experiências de vida e traumas relacionados ao fenômeno de ouvir vozes e (b) conteúdo das vozes e sua relação com o trauma. Nesta pesquisa, os participantes relataram diversos eventos/situações de vida que tiveram relação com a sua experiência de audição de vozes, como abuso sexual, mudança de residência, violência institucional, assédio, conflitos familiares, relacionamento abusivo e bullying. Situações de vida traumáticas como as relatadas pelos participantes, as quais são muitas vezes evitadas, reprimidas subjetivamente, tendem a retornar como manifestações do inconsciente, seja nos sonhos, chistes, atos falhos, ou como vozes. Este estudo identificou que as vozes ouvidas pelas/os participantes são reflexo de emoções e sentimentos que ficaram latentes. Desse modo, mostra-se necessário a mudança de perspectiva sobre o condicionamento patológico despendido a essa experiência, de maneira a considerar as situações e traumas vivenciados, e proporcionar um enfrentamento positivo na relação com as vozes. Ressalta-se a carência de estudos que reflitam sobre a necessidade de explorar a história de vida destes ouvidores e as relações do trauma com a experiência de ouvir vozes.