Objetivo: revisar sistematicamente as evidências sobre segurança do uso do citalopram, comparado a outros antidepressivos ou placebo, no tratamento da depressão em idosos. Método: os desfechos tontura, queda, efeitos cardiovasculares e hiponatremia foram utilizados para caracterizar a segurança no uso do citalopram. Desta forma, foram realizadas buscas sistemáticas nas seguintes bases eletrônicas de dados: MEDLINE/PubMed, EMBASE, Latin American and Caribbean Literatureon Health Sciences (LILACS), Cumulative Index to Nursing&Allied Health Literature (CINAHL) e PsycINFO, seguindo um protocolo pré-definido. Não houve restrições quanto ao ano de publicação e idioma. A avaliação dos critérios de inclusão e extração dos dados foram realizadas em duplicata e de forma independente. A qualidade metodológica de cada estudo foi avaliada utilizando a Escala de Pontos de Jadad (para ensaios clínicos) e escala Newcastle-Ottawa (para estudos observacionais). Resultados e Discussão: a pesquisa inicial identificou 4.075 artigos que, depois da retirada das duplicatas restaram 2.754. Em seguida, foram lidos títulos e resumos e feita a exclusão dos que não preenchiam os critérios de elegibilidade, restando 118 estudos. Destes, 13 não foram encontrados nas diferentes bases de dados de acesso, 5 não possuíam grupo controle, 7 não eram artigos para se enquadrarem nos critérios de inclusão e 1 não preenchia o critério de via de administração de interesse. Restaram, então, 92 estudos que foram lidos na integra, a fim de verificar sua elegibilidade. Ao final, 5 estudos foram incluídos na revisão. Relatos de tontura foram identificados em três estudos, queda em um e em um foi relatado angina. Não houve estudos relatando hiponatremia. Constatou-se que o citalopram causa um efeito protetor em relação ao desfecho tontura quando comparado a amitriptilina (20%). Também, os resultados demonstram que o grupo que ingeriu citalopram apresenta 50% (RR= 1,5 ; IC= 0,9; 2,47) mais chances de causar queda do que a fluoxetina e paroxetina. São escassos os estudos que indiquem claramente os efeitos adversos e a tolerabilidade deste antidepressivo, bem como que validem o monitoramento e análise cuidadosa das taxas de perda/abandono/retiradas de pacientes em ensaios clínicos.Conclusão: As evidências do estudo sugerem que o citalopram é um fármaco passível de escolha para tratar idosos, entretanto talvez já não seja o de primeira escolha para o tratamento de idosos com depressão devido a novas evidências de possíveis efeitos adversos e necessidade de desenvolvimento de estudos avaliando a segurança primariamente. Não é possível afirmar categoricamente qual a alternativa mais segura, e, portanto, recomenda-se a importância de prescritores avaliarem cada paciente individualmente, suas comorbidades, a provável polifarmácia e as possíveis interações com outros medicamentos, reduzindo o risco de eventos adversos graves que comprometam a integridade do idoso. Objective: systematically review the evidence on the safety of using citalopram, compared to other antidepressants or placebo, in the treatment of depression in the elderly. Method: the outcomes dizziness, fall, cardiovascular effects and hyponatremia were used to characterize safety in the use of citalopram. Thus, systematic searches were performed in the following electronic databases: MEDLINE / PubMed, EMBASE, Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS), Cumulative Index to Nursing & Allied Health Literature (CINAHL) and PsycINFO, following a pre-defined protocol. There were no restrictions on the year of publication and language. The evaluation of data inclusion and extraction criteria were done in duplicate and independently. The methodological quality of each study was assessed using the Jadad Point Scale (for clinical trials) and the Newcastle-Ottawa scale (for observational studies). Results and Discussion: the initial research identified 4075 articles that, after removing the duplicates, left 2754. Then, titles and abstracts were read and the exclusion of those that did not meet the eligibility criteria was made, leaving 118 studies. Of these, 13 were not found in the different access databases, 5 did not have a control group, 7 were not articles to fit the inclusion criteria and 1 did not meet the criterion of administration route of interest. Then, 92 studies remained that were read in full, in order to verify their eligibility. At the end, 5 studies were included in the review. Reports of dizziness were identified in three studies, fall in one, angina was also reported in one. There have been no studies addressing hyponatremia. It was found that citalopram causes a protective effect in relation to the dizziness outcome when compared to amitriptyline (23%). Also, the results demonstrate that the group that ingested citalopram is 49% (RR= 1,12 ; IC= 0,68; 1,82) more likely to cause a fall than fluoxetine and paroxetine. There are few studies that clearly indicate the adverse effects and tolerability of this antidepressant, as well as that validate the monitoring and careful analysis of the rates of loss / abandonment / withdrawals of patients in clinical trials. Conclusion: Those evidences from the study suggests that citalopram is an option to treat the elderly, however it may no longer be the first choice for the treatment of depressed elderly people due to new evidence of possible adverse effects and the need for further studies assessing safety primarily. It is not possible to state categorically which is the safest alternative, and therefore it is recommended the importance of prescribers to evaluate each patient individually, their comorbidities, the probable polypharmacy and the possible interactions with other medicines, reducing the risk of serious adverse effects that compromise integrity of the elderly.