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Este artigo discute o emprego de técnicas e procedimentos da música atonal e dodecafônica pela compositora brasileira Eunice Katunda nas obras Variações sobre um tema popular e Quatro epígrafes, compostas, respectivamente, em 1943 e 1948. Partindo da pergunta feita pela compositora em texto intitulado Atonalismo, dodecafonia e música nacional (1952), “E? possível fazer música atonal, ou dodecafônica, de caráter nacional?”, propõe-se uma reflexão sobre os caminhos percorridos por Eunice Katunda nas duas primeiras fases de sua trajetória composicional – a Fase de Formação (até 1945) e a Fase Música Viva (1946-50), quando foram compostas as obras citadas. Estas obras foram analisadas de acordo com bibliografia condizente com os períodos abordados e comparadas a outras composições estudadas e/ou apresentadas por Eunice Katunda em recitais, tais como os ciclos Guia Prático, Brinquedo de Roda e Cirandas, de Heitor Villa-Lobos, e os procedimentos usados por Camargo Guarnieri e Hans-Joachim Koellreutter.

O artigo explora a significação musical na obra Fantasia em Do Maior, D.760 Op.15 (1822) para piano de Franz Schubert, que se baseia no Lied Der Wanderer, D.493, composto seis anos antes pelo compositor e que é citado no segundo movimento. A investigação parte primeiramente da fonte original e se expande por diversas vertentes procurando na forma, na harmonia, no ritmo, no contexto poético e na biografia do compositor, dar significado ao texto musical. O material composicional utilizado por Schubert revela uma relação com outras obras suas, tanto no aspecto estrutural/harmônico, quanto rítmico. Foram investigadas composições escritas anteriormente na tonalidade da obra, que trouxeram à luz dados relevantes. Um enfoque coeso sobre a integração temática da obra nos proporcionou a exploração tanto da intertextualidade quanto da narratividade.

Este trabalho apresenta a genuína iniciativa da pianista Beatriz Balzi (1936-2001) para enriquecer o repertório pianístico do século XX com escolhas alternativas. Entre 1984 e 2000, a intérprete argentino- brasileira produziu uma série de sete CDs, exemplificando 13 países da América Latina através de 54 gravações por ela realizadas. Ciente do desconhecimento do público acerca desta música, então pouco divulgada pela mídia ocidental, Balzi adota uma postura pedagógica na organização de tais composições em seus CDs, como mostramos neste artigo.