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Resumo No Largo da Batata em São Paulo, a ação comunitária abriu espaço para o fortalecimento de oportunidades colaborativas dentro do cenário de ampliação da infraestrutura urbana e da produção do espaço público, no contexto de intervenções da Operação Urbana Consorciada Faria Lima. O impacto das intervenções e remoções colaborou para um esvaziamento de significado do local. O presente artigo analisa a emergência de um novo capital social, que ocorreu por meio de diferentes ações promovidas por coletivos e associativismos. A pesquisa adota o método exploratório, que, organizado além das fronteiras geográficas, confrontou materialidades, convívios pessoais e diferentes atores. A discussão demostra que o caso abriu espaço para o fortalecimento de novas redes colaborativas dentro do processo de produção urbana.

Abstract This paper presents a case of urban dispute to show how a new political body has been affectively occupying the spheres of participation since the uprisings that occurred in Brazil in June 2013. Minhocão, the target of this urban dispute, is an elevated highway located in the city of São Paulo. Inaugurated in 1970, it has been informally occupied by the inhabitants of its surroundings since the 1980s. Using the notion of “affective re-territorializations” (Hutta, 2019), the article analyses how the rise of conservative and progressive affective fields are reshaping spaces in the contemporary city and, ultimately, influencing urban projects and public policies. Through the analysis of primary and secondary data, the article demonstrates that this space, which used to be the target of informal appropriations, has become the symbol of an affective dispute, being constantly re--signified, alternating progressive and reactionary ideologies.

El presente artículo traza un panorama sobre las dinámicas de disputa urbana y experiencias colectivas, a partir de una reflexión sobre el caso del Parque Augusta en São Paulo. Un terreno privado en el centro de la ciudad que ha logrado unificar las agendas de movimientos sociales de distintos idearios en el intento por transformarlo en un parque público. Después de varios años de apropiación espontánea por parte del vecindario, grupos activistas intensificaron las mani­festaciones a partir del 2013, organizando eventos y festivales artísticos en el terreno. Así pues, utilizando los conceptos de “derecho a la ciudad” y “comunes urbanos”, este análisis describe la trayectoria del caso e identifica las contradicciones generadas a lo largo del proceso. En términos metodológicos, la investigación se llevó a cabo mediante narraciones, escala espacial, recorte temporal, cuestionamientos y conceptos. Con lo cual se demuestra que la experiencia colectiva observada parece requerir un nuevo proceso para producir un espacio público democrático.

O artigo propõe uma reflexão sobre um novo tipo de apropriação dos espaços urbanos em São Paulo, Brasil. O uso de bicicletas, o plantio de hortas comunitárias e a organização de festas de rua são fenômenos que encontraram força ao lado da ação direta de grupos de ativismo urbano. As pessoas buscam refletir sobre questões cotidianas e novas formas de construção colaborativa da cidade. O trabalho analisa dois territórios de atuação ativista na cidade, o primeiro, o “Minhocão” é um espaço público de dupla função: uma via expressa elevada de ligação centro-oeste de 3,4 km de extensão que é usada como espaço de lazer à noite e nos finais de semana. O segundo espaço, o “Parque Augusta” é um terreno privado reivindicado por vizinhos e ativistas como uma área verde. Como estratégia de resistência à aprovação de um projeto de construção, um grupo ocupou o terreno e organizou atividades de arte e cultura. O espaço urbano torna-se cenário de conflito com desdobramentos lúdicos e disputas políticas.