Resumen: Desde época temprana de la cirugía cardíaca (CC), la fibrilación auricular (FA) ha sido un acompañante frecuente del posoperatorio, y no es esperable su abatimiento en el futuro cercano. La interpretación de su significado clínico se ha modificado en los últimos años, tras conocerse su tendencia recurrente y su asociación con serias complicaciones inmediatas y a largo plazo. Esto deja entrever un nuevo desafío, dejando de ser un problema menor y de consideración puntual en el perioperatorio para constituir un tema de preocupación y seguimiento en el futuro alejado, aún con incertidumbres evolutivas y de manejo. La profilaxis efectiva de esta arritmia, una respuesta lógica al problema, es dificultosa por la multiplicidad de factores de riesgo y lo intrincado de su génesis, todavía no completamente dilucidada, sumadas a la edad creciente de los pacientes intervenidos, la complejidad mayor de los procedimientos, los posibles efectos colaterales de los fármacos empleados y la inexistencia de un algoritmo predictivo confiable que permita racionalizar las medidas preventivas. Además, muchas recomendaciones de las guías de práctica clínica actuales se basan en información obtenida en estudios realizados en la FA primaria, por lo que su adopción en el escenario de la CC ha sido menor a la deseable. Todos estos aspectos son objeto de análisis en esta revisión que finaliza con pautas de manejo práctico de la arritmia en el entorno perioperatorio. Summary: Since an early age of heart surgery, atrial fibrillation has been a frequent companion of the postoperative period, and its decline is not to be expected in the near future. The interpretation of its clinical significance has changed in recent years, after knowing its recurrent trend and its association with serious immediate and long-term complications. This fact unveils a new challenge, as it is no longer a minor problem of consideration restricted to the perioperative period and has become a topic of concern and follow-up in the distant future, still with uncertainties as to its evolution and management. The effective prophylaxis of this arrhythmia, a logical response to the problem, has been difficult by the multiplicity of risk factors and the intricate of its genesis, not yet completely elucidated, added to the increasing age of the patients involved, the greater complexity of the procedures, the possible side effects of the drugs used and the absence of a reliable predictive algorithm that could allow to rationalize preventive measures. In addition, many recommendations from current clinical practice guidelines are based on information obtained from studies in primary atrial fibrillation, so their adoption in the heart surgery scenario has been less than desirable. All these aspects are analyzed in this review, which ends with directives for the practical management of the arrhythmia in the perioperative environment. Resumo: Desde os primeiros días da cirurgia cardíaca, a fibrilação atrial (FA) tem sido uma companheira frequente para o pós-operatório, e sua reduçao não é esperada em um futuro próximo. A interpretação de sua significância clínica mudou nos últimos anos, tendo conhecido sua tendência recorrente e sua associação com sérias complicações imediatas e de longo prazo. Este fato mostra um novo desafio, pois deixou de ser um pequeno problema e uma consideração oportuna no perioperatório para constituir um tema de preocupação e acompanhamento em um futuro distante, mesmo com incertezas quanto à sua evolução e gestão. A profilaxia efetiva dessa arritmia, uma resposta lógica ao problema, tem sido cercada pela multiplicidade de fatores de risco e pela intrincação de sua gênese ainda não completamente elucidada, juntamente com a idade crescente dos pacientes envolvidos, a maior complexidade dos procedimentos, os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e a ausência de um algoritmo preditivo confiável para racionalizar as medidas preventivas. Além disso, muitas recomendações das guias atuais de prática clínica são baseadas em informações obtidas em estudos conduzidos em FA primária, de modo que sua adoção no cenário da cirurgia cardíaca tem sido menos do que desejável. Todos esses aspectos são analisados nesta revisão, que termina com diretrizes práticas de gestão para arritmia no ambiente perioperatório.