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A pandemia de COVID-19 é um acontecimento stressante não normativo e um risco para o funcionamento psicológico dos adolescentes. No entanto, o modelo de risco-proteção postula que este depende da combinação de riscos e recursos. O objetivo foi analisar os potenciais factores de risco e de proteção em função do sexo, da idade e do estado, em estudantes com idades compreendidas entre os 13 e os 21 anos na Cidade do México e no Estado do México. O Inquérito de Perceção dos Jovens sobre a COVID-19 foi administrado em linha, consistindo em oito factores ou áreas (por exemplo, pressões escolares, dinâmica familiar, medidas preventivas, mudança de rotinas, socialização virtual, relaxamento) e um formulário de consentimento informado. As análises multivariadas (MANOVA) revelaram diferenças significativas na perceção da pandemia em função do sexo (FRoy=4,155; p ≤0; η=,080), da faixa etária (FRoy=4,889; p ≤0; η=,093) e do estatuto (FRoy=3,061; p =,002; η=,060) no que respeita ao medo de contágio, à mudança de rotinas e às pressões escolares. Verificaram-se também efeitos de interação sexo*estado (F= 2,281; p=.022; η=.046) e de interação idade*estado (F=2,748; p=.006; η=.054), bem como efeitos de sexo*idade*estado apenas no medo de contágio (F=3,147; p=.044; η=.016). Em conclusão, as mulheres obtiveram pontuações mais elevadas em todos os factores do que os homens, especialmente entre os 16 e os 18 anos. Estes resultados corroboram as conclusões anteriores e podem servir de base para programas de intervenção em função do género, da idade e do estatuto.

A avaliação das famílias em risco psicossocial sob o prisma da resiliência familiar permite compreender as forças, recursos e estratégias que se constituem processos chave desenvolvidos pelas famílias na adversidade. Através do Q-set da Resiliência familiar, ancorado no método Q-sort (Block, 2008) e no modelo da Resiliência Familiar (Walsh, 1998, 2005), 30 famílias de menores com medidas de promoção e proteção foram avaliadas pelos respetivos gestores de caso (n=17 profissionais). Os resultados confirmam a sobrevalorização do risco nestas famílias. Contudo, a ponderação da dinâmica risco-proteção favorece o reconhecimento de mecanismos de proteção imprescindíveis ao desenvolvimento de um funcionamento familiar resiliente.