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Introdução - O conceito de qualidade de vida relacionada com a saúde oral (QdVRSO) usa medidas de resultado centradas no indivíduo para identificar o impacto da saúde oral (SO) nos aspectos da vida cotidiana no que respeita ao bem-estar funcional, social e psicológico. Os fatores que afetam a SO autorreferida não são bem compreendidos, mas a literatura sugere que as doenças orais têm um impacto negativo na SO subjetiva e que esse efeito é, provavelmente, maior em idades mais jovens. Além disso, a atitude em relação à SO, adquirida na juventude, manifesta-se ao longo do ciclo vital e pode afetar a qualidade de vida. Objetivo – Caraterizar as variáveis sociodemográficas e comportamentais da amostra; avaliar a QdVRSO em estudantes de uma instituição de ensino superior. Método - Estudo quantitativo, descritivo, correlacional, num plano transversal, realizado com 427 estudantes, (idade prevalente dos 18 aos 27 anos; 80,1% são do sexo feminino). Foi aplicado um questionário online via Google Forms®, constituído por variáveis sociodemográficas e comportamentais e pelo OHIP-14 que mede o perfil de impacto da saúde oral na qualidade de vida. O OHIP-14 é composto por 14 itens que descrevem 7 dimensões (Limitação funcional, Dor física, Desconforto psicológico, Incapacidade física, Incapacidade psicológica, Incapacidade social e Desvantagem). A qualidade dos dados foi analisada descritivamente e a confiabilidade da consistência interna foi avaliada pelo coeficiente Alfa de Chronbach. Recorreu-se ao uso de testes não paramétricos com um intervalo de confiança de 95%. Resultados – A maioria dos participantes são de nacionalidade portuguesa (n=298, 69,8%), frequenta a Escola Superior de Saúde (n=324; 75,9%), escova os dentes e a boca duas ou mais vezes por dia (n=366; 85,7%) e já teve patologia da cavidade oral (n=303; 71,0%). 49,9% (n=213) têm zonas edêntulas, 42,4% (n=181) frequentam consultas com profissionais de SO apenas quando é necessário e 27,9% (n=119) não o fazem devido aos custos associados. A prevalência de impacto autorrelatado na QdVRSO foi de 12,6% e a pontuação média do OHIP-14 foi de 5,89 ± 8,67. O Alfa de Chronbach para o score total do OHIP-14 foi de 0,942 (intervalo para as dimensões: 0,909-0,921). A pontuação total do OHIP-14 foi correlacionada com cada uma das sete dimensões, obtendo-se o intervalo de correlação: 0,507-0,818. As dimensões Incapacidade psicológica e Desconforto psicológico registaram o maior impacto, com 2,1% e 1,9%, respetivamente, enquanto o menor impacto foi verificado nas dimensões Incapacidade física, Incapacidade social e Desvantagem (0,9%). Não há associação com significado estatístico entre o score total do OHIP-14 e o sexo dos respondentes (p=0,121). Conclusões - A pontuação média do OHIP-14 para os participantes no estudo reflete que o estado de SO da maioria dos estudantes não afetou a sua qualidade de vida. No entanto, as dimensões Incapacidade psicológica e Desconforto psicológico foram as que tiveram maior impacto no nível QdVRSO autorreferido.

Introdução: A saúde oral (SO) é uma componente da saúde em geral e recebe influência de determinantes sociodemográficos, contextuais e comportamentais. As pessoas idosas são um grupo vulnerável no que respeita à prevalência de doenças crónicas e ao acesso aos cuidados de saúde. As patologias dos dentes e da boca são uma das queixas prevalentes neste setting populacional. O status de SO tem impacto no bem-estar geral e na qualidade de vida. Nas últimas décadas, o interesse pelo estudo da qualidade de vida relacionada com a saúde oral (QdVRSO) tem sido crescente, reconhecendo-se que a condição oral tem significado nas dimensões física, social e emocional do indivíduo. Objetivo: Avaliar o autorrelato da QdVRSO da amostra; analisar a relação entre o nível de QdVRSO e as variáveis sociodemográficas e comportamentais. Método: Estudo transversal, descritivo e correlacional com abordagem quantitativa numa amostra de 121 idosos (média de idade 78,53 ± 9,12 anos) a residir na comunidade ou em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI). Para a recolha de dados realizaram-se entrevistas estruturadas num questionário constituído por variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais e pela versão breve do Oral Health Impact Profile (OHIP-14) que avalia o impacto da SO na qualidade de vida. Através da resposta a 14 itens, que se agrupam de dois a dois, os participantes autorrelatam o impacto da SO nas dimensões Limitação funcional, Dor física, Desconforto psicológico, Incapacidade física, Incapacidade psicológica, Incapacidade social e Desvantagem. Quanto mais alto é o score total do OHIP-14, mais baixo é o nível de QdVRSO. Para o tratamento estatístico dos dados utilizaram-se testes não paramétricos com um intervalo de confiança de 95%, sendo a confiabilidade do OHIP-14 avaliada pelo coeficiente Alfa de Chronbach. Resultados: Observou-se que a maioria dos idosos são do sexo feminino (n=73; 60,3%), completou o 1º ciclo do ensino básico (n=56; 46,3%), tem antecedentes patológicos (n=83; 68,6%) e são polimedicados (n=94; 77,7%). 75,2% (n=91) são edêntulos totais e, destes, 51,65% (n=47) não usa qualquer mecanismo de reabilitação da cavidade oral. A grande maioria (n=87; 71,9%) frequenta consultas com profissionais de SO quando é necessário e 22,3% (n=27) não têm o hábito de escovar os dentes e a boca. As pontuações do OHIP-14 na amostra variam de 1 a 49 pontos, com score médio de 11,91±11,26. Em média, a dimensão mais pontuada foi a Dor física (2,56±1,98) e a menos foi a Incapacidade social (0,77±1,32). 31,4% (n=38) dos participantes revelaram impacto da SO na qualidade de vida. Há significado estatísticos entre a QdVRSO e as variáveis sexo (p=0,018) e estado civil (p=0,020), sendo que idosos institucionalizados em ERPI têm, em média, pontuações mais altas no OHIP-14. Conclusões: A amostra de idosos estudada autorrelatou impacto da SO na qualidade de vida. Os comportamentos de higiene oral e de procura de cuidados de saúde oral são precários, pelo que se recomenda o incremento da literacia em SO nos indivíduos e cuidadores.