1. One-year survey of anaphylaxis at pediatric age in an Immunoallergy department
- Author
-
Gaspar, Ângela, Natacha Santos, Piedade, Susana, Santa-Marta, Cristina, Pires, Graça, Sampaio, Graça, Borrego, Luís Miguel, Arêde, Cristina, and Morais-Almeida, Mário
- Subjects
criança ,children ,registo anual ,annual survey ,Adrenalina ,etiology ,etiologia ,notificação ,notification ,epinephrine ,anafilaxia ,Anaphylaxis - Abstract
Introdução: Existe uma crescente incidência de anafilaxia, especialmente em idade pediátrica, sendo a caracterização desta entidade dificultada pelo subdiagnóstico e subnotificação. Objectivo: Determinar a frequência de anafilaxia no ambulatório de um centro de Imunoalergologia, permitindo aumentar o conhecimento sobre etiopatogenia, manifestações e abordagem clínica em crianças e adolescentes. Métodos: De 3646 doentes com menos de 18 anos observados durante o ano de 2011, incluímos aqueles com quadros de anafilaxia voluntariamente notificados pelo corpo clínico (“pelo menos um episódio de reacção sistémica grave”). Resultados: Foram notificadas 64 crianças com história de anafilaxia (prevalência de 1,8%), com idade média de 8,1±5,5 anos, dos quais 61% do género masculino. A maioria (91%) tinha antecedentes pessoais de doença alérgica, 44% com asma. A idade mediana da primeira reacção anafiláctica foi aos 3 anos (1 mês a 17 anos). Em 14 crianças o primeiro episódio ocorreu no primeiro ano de vida. A maioria teve anafilaxia induzida por alimentos (84%): leite (n=22), ovo (n=7), amendoim (n=6), frutos secos (n=6), frutos frescos (n=6), crustáceos (n=4), peixe (n=4) e trigo (n=2). Em 2 adolescentes foi reportada anafilaxia induzida por exercício dependente de alimentos. A anafilaxia induzida por fármacos ocorreu em 8%: anti-inflamatórios não esteróides (n=4) e amoxicilina (n=1). Três crianças tiveram anafilaxia induzida pelo frio, uma adolescente teve anafilaxia ao látex e síndrome látex-frutos, e uma criança teve anafilaxia com picada de insecto. A maioria (73%) não tinha diagnóstico etiológico prévio. Os sintomas mais frequentes foram mucocutâneos (94%) e respiratórios (84%), seguidos de gastrintestinais (44%) e cardiovasculares (25%); 86% tiveram início nos primeiros 30 minutos após exposição ao factor causal; 51 (80%) recorreram a serviço de urgência, sendo que apenas 33% receberam tratamento com adrenalina. Houve recorrência de anafilaxia em 26 doentes (≥3 episódios em 14 crianças). Conclusões: Na nossa população pediátrica, a principal causa de anafilaxia foi a alergia alimentar IgE mediada. A adrenalina foi subutilizada, tal como tem sido referido por outros autores. Frequentemente as crianças têm vários episódios de anafilaxia antes de serem avaliadas pelo imunoalergologista. Enfatizamos a importância de um sistema de notificação de anafilaxia e do desenvolvimento de programas educacionais de forma a melhorar as estratégias de prevenção e tratamento desta entidade potencialmente fatal. Background: Anaphylaxis incidence is increasing, especially in the pediatric age group, being the characterization of this entity hampered by underdiagnosis and underreporting. Aim: To determine the frequency of anaphylaxis in an Immunoallergy outpatient department, allowing to a better understanding regarding aetiology, clinical manifestations and management, in children and adolescents. Methods: From 3646 patients up to 18 years old observed in our Immunoallergy department during 2011, we included those with history of anaphylaxis voluntarily reported by the clinical staff (“at least one episode of severe systemic reaction”). Results: During the one year period, 64 children had history of anaphylaxis (prevalence of 1.8%). Mean age was 8.1±5.5 years, with 61% being male. The majority (91%) had personal history of allergic disease, and 44% had asthma as co‑morbidity. Median age of the first anaphylactic episode was 3 years (1 month to 17 years old). In 14 children the first anaphylactic reaction occurred in the first year of life. The majority of patients had food‑induced anaphylaxis (84%): milk (n=22), egg (n=7), peanut (n=6), tree nuts (n=6), fresh fruits (n=6), crustaceans (n=4), fish (n=4) and wheat (n=2). Food‑associated exercise‑induced anaphylaxis was reported in 2 adolescents. Drug‑induced anaphylaxis occurred in 8%: non‑steroidal anti‑inflammatory drugs (n=4) and amoxicillin (n=1). Three children had cold‑induced anaphylaxis, one adolescent had anaphylaxis to latex and latex‑fruit syndrome, and one child had anaphylaxis to insect sting. The majority (73%) had no previous diagnosis of the etiologic factor. Symptoms reported were mainly mucocutaneous (94%) and respiratory (84%), followed by gastrointestinal (42%) and cardiovascular (25%); 86% beginning in the first 30 minutes after exposure to trigger agent. Fifty‑one (80%) patients were admitted to emergency department, although only 33% were treated with epinephrine. Recurrence of anaphylaxis occurred in 26 patients (3 or more episodes in 14 children). Conclusions: In our pediatric population, the main triggering agent of anaphylaxis was IgE‑mediated food allergy. Epinephrine is clearly underused, as has been reported by others. Often, children have several episodes before being assessed by an allergist. We stress the importance of systematic notification of anaphylaxis and improvement of educational programmes in order to achieve a better preventive and therapeutic management of this life‑threatening entity.