FIGUEIRA, M. D., Oliveira, E., FIGUEIRA, L. F. B., SANTOS, L. W., SOUZA JUNIOR, R. C., and LINS, M. P. P.
Made available in DSpace on 2018-03-22T15:48:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 tese_11734_Mayra Duarte - Disserta__o PPGEL - UFES.pdf: 9088494 bytes, checksum: 93053fbfdc0042a3ae57680ac11069aa (MD5) Previous issue date: 2018-02-20 RESUMO As relações entre interlocutores constituem essencialmente uma exposição e ameaça às faces dos locutores. Por isso, durante as enunciações, os indivíduos buscam, normalmente, por meio de diferentes atos de fala e estratégias de polidez, evitar desconfortos ou conflitos para que não desconstruam sua própria face, nem a dos outros. Isso decorre de um contrato tácito socialmente estabelecido para um harmonioso convívio social. Entretanto, há situações em que determinados comportamentos linguísticos intencionais rompem com o princípio da harmonia, com a finalidade de atualizar atos de fala, tais quais repúdio e revolta. Além disso, em contextos sociointeracionais diversos, a escolha e ampliação de um objeto de discurso é capaz de sinalizar ações de cortesia e descortesia a depender de um contexto e, então, construir a face dos sujeitos. Diante disso, esta dissertação intenta observar o comportamento linguístico e não linguístico da atuação da personagem autora Marjane, protagonista da graphic novel Persépolis, edição completa de 2007. A hipótese principal é a de que a personagem utiliza atos de fala de (des)cortesia que contribuem para a representação de faces em construções sociais e, dentre as categorias dos atos de fala, os atos performativos se apresentam como uma forma de materializar a ação enunciada pela personagem Marjane e, assim, constituir a representação de sua face. Nesse sentido, o comportamento linguístico da personagem será analisado, a partir da interface entre fundamentação teórica da Pragmática e da Linguística Textual. Os estudos pragmáticos são aqui abordados, com base, principalmente, nos estudos de Goffman (1975) a respeito da construção de uma imagem social, em Brown e Levinson (1987), sobre as estratégias de polidez e construção de faces e nos estudos de Austin (1990) sobre os atos de fala. Além disso, utilizaremos Koch (2001,2008, 2011, 2012, 2015), Cavalcante (2009, 2011) e Mondada e Dubois (2003) no que concerne aos estudos sobre referenciação, categorização e recategorização. Além disso, utilizamos Cavalcante e Custódio Filho (2010), Ramos (2012) e Lins e Capistrano Jr. (2014) a respeito de referenciação e multimodalidade. Nos estudos sobre o gênero textual, buscamos aporte nos estudos de Bakhtin (2011) e Marcuschi (2008) e sobre Graphic Novel, utilizamos Ramos (2009) e Ramos e Figueira (2011). Palavras-chave: Atos de Fala; (Des)Cortesia; Faces; Referenciação; Graphic Novel.