My aim is to develop an alternative theoretical model for the direct cognition of the elementary states of others called the theory of interaction (henceforth TI), also known as the “second person” approach. The model I propose emerges from a critical reformulation of the displaced perception model proposed by FRED DRETSKE (1995) for the introspective knowledge of our own mental states. Moreover, against Dretske, I argue that no meta-representation (second order representation of a first order representation as a representation) is involved in the process, but only concepts, rudimentary enough, of others’ emotions: contentment and discontentment. Strictly speaking, all the empirical data and findings in developmental psychology only support the hypothesis that children in pre-linguistic phase understand perceptually facial expressions of contentment and discontentment. My proposal consists in the following thesis: The direct perception of others elementary mental states is not a perception in the usual sense of the word according to which we just perceive things, rather a “perception of facts”. But how to understand that? It is nothing more than an epistemological process automatic and reliable at the same time. It is reliable in the epistemological-externalist sense of not involving any inference, reflection, theorizing or epistemic justification: a baby’s perception of her mom’s facial expression of discontentment (in the usual sense of “perception”) does not constitute a reason supporting the belief that mommy is discontent. The very word “belief” should not be understood in the usual sense, rather in the sense of a natural inclination for truth. But at the same time, it is automatic because the belief is a result or output of a process entirely subliminal and computational in nature. Thus, for instance, a child perceives that her mom is discontent (fact-awareness) by perceiving consciously (“perception” in the usual sense) a facial expression of discontentment (sensorial input) but recognizes that her mother is discontent as a result (output) of an entirely subliminal process., Meu objetivo consiste em desenvolver um modelo teórico alternativo para a cognição direta dos estados elementares de terceiros à chamada Teoria da Interação (doravante TI), também conhecida como abordagem da “segunda pessoa”. O modelo que proponho emerge de uma reformulação crítica do modelo de percepção deslocada (displaced perception) proposto por FRED DRETSKE (1995), entretanto, para o conhecimento introspectivo dos próprios estados mentais. Contra Dretske (1995), sustento, primeiro, que o conhecimento das emoções básicas não depende de crenças chamadas “crenças conectivas” que sugerem, contra o ele mesmo pretende, uma indução empírica. Ademais, contra Dretske, sustento que nenhuma meta-representação (representação de segunda ordem de uma representação de primeira ordem como uma representação) está envolvida no processo, mas apenas conceitos bastante rudimentares das emoções de terceiros: contentamento e descontentamento. A rigor, todos os dados e achados empíricos oriundos da psicologia do desenvolvimento apoiam apenas a hipótese de que criança em fase pré-linguística compreende perceptualmente (ou seja, de forma não mediada por inferências) expressões faciais básicas de contentamento e descontentamento. A minha proposta alternativa consiste então no seguinte. A percepção direta dos estados mentais elementares de terceiros não é uma percepção em sentido usual do termo segundo o qual percebemos coisas, mas uma “percepção de fatos”. Mas como entende-la? Ela nada mais é do que um processo epistemológico ao mesmo tempo automático e confiável. É confiável no sentido externista-epistemológico de não envolver nenhuma inferência, reflexão, teorização ou justificativa epistêmica: a percepção do bebê da expressão facial do descontentamento da mãe (percepção usual de algo) não constitui nenhuma razão em favor da “crença” que a mãe está descontente. A própria palavra “crença” não deve ser entendida no sentido usual, mas no sentido de uma inclinação natural pela verdade. Mas é ao mesmo tempo automático porque a crença é a resultante ou output de um processo inteiramente subliminar de natureza computacional. Assim, por exemplo, uma criança percebe que a sua mãe está descontente (fact-awareness) ao perceber de forma consciente (“percepção” em sentido usual) a expressão facial de descontentamento (input sensorial), mas reconhece que a mãe está descontente como o resultado (output) de um processo inteiramente subliminar.