RESUMO A sobreposição dos conceitos de pátria e império, muito incentivada pelo Estado-Novo, ainda incide nos debates sobre a história colonial, e por muito tempo reduziu o potencial crítico da política e da vida literária na metrópole lusitana. Recortada pelas contradições de um colonialismo obcecado pela ideia da singularidade, a sociedade portuguesa, somente depois da radicalização das relações nas colônias, formulou respostas que vieram a conferir densidade à crítica anticolonial, iniciada nos territórios invadidos, em que os escritores aliaram renovação estética e ética libertária.