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Com base numa perspetiva crítica dos estudos de segurança e no que tem sido chamado de “viragem estética na teoria política internacional”, este artigo recorre a Um filme falado do realizador português Manoel de Oliveira, a fim de mostrar como a estética do sublime é calculadamente articulada no filme para produzir o ‘efeito‑choque’ e transmitir uma ideologia − a do choque das civilizações – contribuindo, assim, para reforçar o discurso securitizador que está na base da “Guerra contra o Terrorismo”. Com base nessa análise, o artigo conclui que uma abordagem estética da securitização não só oferece um modelo alternativo apropriado ao estudo do impacto da cultura visual na construção social da segurança, mas também contribui para o desenvolvimento da capacidade crítica do público a quem cabe, em última instância, a decisão de aceitar ou contestar um movimento de securitização. Taking a critical approach to security studies and to what has been called the “aesthetic turn in international political thought”, this article uses the film A Talking Picture by Portuguese director Manoel de Oliveira to show how the aesthetics of the sublime is deliberately used to produce a ‘shock effect’ and convey an ideology (the clash of civilizations), thereby reinforcing the securitizing discourse underpinning the “War on Terror”. Based on this analysis, the article concludes that an aesthetic approach to securitization not only offers an alternative model that is appropriate to the study of the impact of visual culture upon the social construction of security, but that it also contributes to the development of a critical awareness on the part of the public, which is ultimately responsible for deciding whether to accept or contest a securitization movement. Partant d’une perspective critique des études de sécurité et de ce qui fut appelé «tournant esthétique dans la théorie politique internationale», cet article fait appel à Un film parlé du réalisateur portugais Manoel de Oliveira, afin de montrer comment l’esthétique du sublime est savamment calculée dans le film pour produire l’ «effet choc» et transmettre une idéologie – celle du choc des civilisations – en contribuant ainsi à renforcer le discours sécurisant qui est à la base de la «Guerre contre le Terrorisme». Sur la base de cette analyse, l’article conclut qu’une approche esthétique de la sécurisation offre non seulement un modèle alternatif approprié à l’étude de l’impact de la culture visuelle dans la construction sociale de la sécurité, mais qu’elle contribue aussi au développement de la capacité critique du public à qui appartient, en dernière instance, la décision d’accepter ou de contester un mouvement de sécurisation.