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Apresentam-se resultados de pesquisa de doutorado que teve como preocupação central a efetiva inclusão social na universidade pública. Tendo como pressuposto que a atuação docente é de suma relevância no processo de formação profissional, científica e política, que entendemos ser função da universidade, objetivamos contribuir para o campo da Didática, apontando elementos para a reflexão sobre a docência na universidade com vistas à formação de qualidade de todos os seus alunos, mormente daqueles em condições menos favorecidas. Considerando que no período de ingresso na universidade ocorrem os maiores índices de evasão por diversas causas, elaboramos questionários abertos para alunos ingressantes em três cursos da USP, acerca das dificuldades enfrentadas. Análises quantitativas de dados de ingresso e evasão no semestre de ingresso, de 2002 a 2007, evidenciaram que: a escolha do curso tem relação direta com a perspectiva de sucesso; o desempenho no vestibular de alunos de escolas públicas técnicas é superior ao dos que cursaram o ensino médio público comum; há grande disparidade entre os índices de evasão nos cursos da USP e, em cursos mais seletivos, os índices de evasão de alunos egressos do ensino médio público comum são superiores aos dos demais ingressantes. Nos questionários foram apontadas como principais dificuldades: falta de tempo; gestão do tempo; avaliações; complexidade dos conteúdos; conteúdos prévios não estudados; relacionamento com professores. Os dados indicariam necessidade de reflexão por parte dos docentes sobre: exclusão social no ingresso e no interior da universidade; organização de conteúdos e de atividades; avaliação e relação entre professor e aluno. Considerando-se que dos professores de educação superior não se exige legalmente formação pedagógica, a análise da realidade concreta se apresenta como uma fonte de indicadores para uma necessária formação contínua destes docentes.