OBJETIVO: Avaliação clínica e ecocardiográfica tardia da miectomia septal cirúrgica de pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva (CMHO). MÉTODOS: Foram analisados, retrospectivamente, 34 pacientes adultos (média de 55,7±15,2 anos) portadores de CMHO operados consecutivamente na instituição entre 1988 e 2008. Apenas quatro (11,8%) pacientes tinham conhecimento de história familiar para CMHO. Nove (26,5%) pacientes apresentavam insuficiência cardíaca (NYHA) classe funcional IV. Trinta (88,2%) pacientes apresentavam CMHO isolada e, em quatro (11,8%), a CMHO estava associada à insuficiência coronária. A técnica cirúrgica utilizada em todos os casos foi a miectomia septal transaórtica. RESULTADOS: Em 26 (76,5%) pacientes, a insuficiência mitral decorrente do movimento anterior sistólico regrediu após a miectomia. Em oito (23,5%) pacientes, houve necessidade de abordagem da valva mitral. Houve um (2,9%) óbito hospitalar. Dois (5,9%) pacientes necessitaram de marcapasso definitivo no pós-operatório. Em média, o gradiente de pico pré-operatório na via de saída do ventrículo esquerdo, que era de 84,9±29,0 mmHg, diminuiu para 27,8±12,9 mmHg no pós-operatório inicial e caiu para 19,2±11,2 mmHg no pós-operatório tardio (49,0±33,0 meses). A classe funcional (NYHA) que, em média, era de 3,1±0,8 passou para 1,4±0,5 no pós-operatório. Com seguimento médio de 9,6±8,4 anos, a sobrevida foi de 87,9% e a sobrevida livre de eventos cardiovasculares foi de 77,7%. CONCLUSÃO: A miectomia septal cirúrgica pode ser realizada de modo seguro, com excelente sobrevida, melhora dos sintomas e alívio da obstrução na via de saída do ventrículo esquerdo em pacientes com CMHO. Os benefícios iniciais se mantiveram a longo prazo.OBJECTIVE: This study analyzed the clinical and echocardiographic late outcomes of surgical septal myectomy in patients with obstructive hypertrophic cardiomyopathy (OHCM). METHODS: We examined, retrospectively, 34 consecutive adult patients (age 55.7±15.2 years) with OHCM operated on in our institution from 1988 to 2008. Only four (11.8%) patients had family history of OHCM. Nine (26.5%) patients were in New York Heart Association (NYHA) funcional class IV. Thirty (88.2%) patients had solely OHCM, and four (11.8%) had OHCM associated with coronary insufficiency. The surgical technique used in all patients was septal myectomy performed through an aortotomy. RESULTS: In 26 (76.5%) patients the mitral insufficiency due to systolic anterior motion, decreased after the myectomy. Eight (23.5%) patients had mitral valve procedures. There was one hospitalar death (2.9%). Two (5.9%) patients required permanent pacemaker for complete heart block after the myectomy. The mean peak preoperative left ventricular outflow tract (LVOT) obstruction gradient was 84.9±29.0 mmHg, and decreased to 27.8±12.9 mmHg in the early postoperative and it was 19.2±11.2 mmHg in the late postoperative period (49.0±33.0 months). The NYHA functional class improved from 3.1±0.8 to 1.4±0.5 in the postoperative period. Survival free from death was 87.9% and survival free from cardiovascular events was 77.7% with mean follow-up 9.6±8.4 years. CONCLUSION: Surgical septal myectomy can be performed safely, with excellent survival, improvement from symptoms and relief for LVOT obstruction in patients with OHCM. The early benefits were remained at long term.