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We explore information obtained by analyzing skeletal remains, when the body is perceived as a perishable technology. As a theoretical framework, we use the principle of body techniques as described by Marcel Mauss, and demonstrate how results obtained through bioarcheological analysis fit several of its criteria. Far from an extensive review about analytical possibilities, our objective is to reflect on how this data may contribute to present archaeological narratives about past societies. Finally, we briefly demonstrate how the analysis of skeletal remains may be seen as an opportunity to explore other perishable technologies. Aquí exploramos el potencial informativo del análisis de restos humanos, cuando el propio cuerpo se percibe como tecnología perecedera. Como base teórica, partimos del principio de técnicas corporales descrito por Marcel Mauss, y demostramos a través de algunos ejemplos cómo los resultados del análisis bioarqueológicas se encuadran en varias de sus categorías. Lejos de ser un ejercicio extenso sobre todas las posibilidades de análisis, pretendemos llevar al lector a reflexionar sobre cómo estos datos pueden complementar narrativas arqueológicas sobre sociedades pasadas. Finalmente, también demostramos brevemente cómo el análisis de restos humanos puede verse como una ventana para explorar otras tecnologías perecederas. Aqui exploramos o potencial informativo da análise de remanescentes humanos, quando o corpo é em si percepcionado enquanto tecnologia perecível. Como embasamento teórico, partimos do princípio de técnicas corporais descritas por Marcel Mauss, e demonstramos através de alguns exemplos como resultados de análises bioarqueológicas se enquadram em diversas das suas categorias. Longe de um exercício extensivo sobre todas as possibilidades de análise, pretendemos apenas levar o leitor a refletir como estes dados podem se enquadrar e complementar narrativas arqueológicas vigentes sobre sociedades pretéritas. Por fim, demonstramos ainda de forma breve como a análise de remanescentes humanos pode ser encarada como uma janela para explorar outras tecnologias perecíveis.

Nos últimos anos, o setor de Antropologia Biológica do Museu Nacional/UFRJ realizou a retomada dos estudos de dieta de sambaquis da região de Saquarema, RJ, dentro da perspectiva bioarqueológica. O objetivo dessas pesquisas é o de compreender tais aspectos da vida dessas populações com o uso das metodologias e protocolos empregados atualmente. Os resultados encontrados trouxeram informações relevantes para esse debate. Porém, com a perda das coleções osteológicas de Saquarema devido ao incêndio do Museu Nacional, algumas análises planejadas foram impossibilitadas. Mesmo com tamanha perda, os dados sugeridos apontam caminhos futuros de investigação, uma vez que os sítios de Saquarema ainda possuem histórias, e os esforços para que elas sejam contadas permanecerão.

Os estudos antropológicos sobre caracterização e variação morfológica em populações ext¡ntas enfatizam, tradicionalmente, os aspectos externos dos esqueletos em detrimento de suas estruturas internas, somente vistas radiograficamente, como, por exemplo, a configuração dos seios frontais. As pesquisas realizadas sobre esse segmentô interno do osso frontal, anter¡ores aos trabalhos de Lima, Brothwell e colaboradores, ambos editados em 1968, visavam, exclusivamente, o indivíduo e somente com os estudos deses autores é que o tema passou a ser abordado a nível racial e, a partir de então, as pesquisas antropológicas sobre a morfologia dos seios frontais têm as populações como unidade de estudo.