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Partindo do princípio de que a escola, como instituição política e social, possui a responsabilidade de desenvolver mecanismos para promover a leitura literária como prática social, damos visibilidade, neste estudo, a um mapeamento do ensino da leitura do texto literário, focalizando, preliminar e sumariamente, vertentes do conhecimento relacionadas à concepção interacionista da linguagem estribada no dialogismo bakhtiniano, ao letramento e à Estética da Recepção, que desestabilizaram um modelo de ensino de língua e literatura cristalizado no Brasil, depositário da matriz positivista, estruturalista e formalista. Colocamos em relevo os pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso fundamentada em Michel Pêcheux, com o objetivo de refletir acerca da relevância de práticas de ensino da leitura assentadas em bases descritivas e histórico-discursivas. Tais práticas, porque constituídas na equalização língua, sujeito e história, miram a formação de leitores que, em face de um acontecimento dado a ler, são capazes de reconhecer a equivocidade da língua e a recursividade dos sentidos. Pensamos que atividades oriundas da Análise do Discurso consistem em valioso instrumento, pois, quando realizadas como análises literárias que propiciem uma aproximação entre arte e vida, permitem ao leitor vivenciar a experiência estética, contribuindo assim para a formação de leitores perenes.