OBJETIVO: Apresentar os resultados visuais e ceratométricos, seis meses após tratamento foto-terapêutico com luz ultravioleta (UV) e vitamina B2 (Ultra B2), em pacientes com ceratocone progressivo. MÉTODOS: Vinte e cinco olhos de 20 pacientes (15 homens e 5 mulheres) com ceratocone progressivo, determinado pelo aumento de curvatura em exames seriados de topografia corneal, nos últimos seis meses foram avaliados. Acuidade visual não corrigida (UVA), acuidade visual melhor corrigida com óculos (BSCVA), equivalente esférico (SEQ), cilindro refrativo manifesto e a curvatura máxima (max K) pré e pós-operatórios (1, 3 e 6 meses) foram determinadas. Todos os pacientes foram submetidos ao tratamento Ultra B2 usando riboflavina (vitamina B2) e a luz ultravioleta (UV, 370 nm). O epitélio corneal foi removido após assepsia, colocação de blefarostato e anestesia tópica com proparacaína, por meio de solução de álcool hidratado (20%) utilizada por 30 segundos. A córnea foi saturada com vitamina B2 por 15 minutos; em seguida, foi irradiada por luz UV por 30 minutos. Ao final do procedimento, foi colocada lente de contato terapêutica (LCT), mantida até a epitelização total. RESULTADOS: Houve melhora na UVA após o primeiro mês (de 0,15 ± 0,15 para 0,23 ± 0,20), com contínua mudança no terceiro e sexto mês pós-operatório, atingindo a diferença estatisticamente significante nesse período (p=0,025 e p=0,037 respectivamente). BSCVA melhorou de 0,41 ± 0,27 para 0,49 ± 0,29 no sexto mês, sem atingir a diferença estatisticamente significante. A progressão do ceratocone após o procedimento não foi notada em nenhum paciente, em comparação com o avanço topográfico nos 6 meses precedentes. Após 6 meses do procedimento, max K diminuiu em mais que 2,00 D (de 53,02 ± 8,42 para 50,88 ± 6,05 D), SEQ em menos que 1 D (de -3,27 ± 4,08 para -2,68 ± 3,02 D) e o cilindro refrativo em menos que 0,5 D (de -2,29 ± 1,77 para -1,86 ± 0,92), sem atingir diferença estatisticamente significante. Nenhum dos olhos perdeu linha de BSCVA, 12 mantiveram o BSCVA pré-operatório, 7 ganharam uma linha, 5 ganharam duas e 1 paciente ganhou três linhas de BSCVA. CONCLUSÕES: O tratamento com Ultra-B2 mostrou-se seguro (não apresentou perda de linha de visão corrigida) e eficaz (manteve os parâmetros anatômicos e ópticos) em estacionar a progressão da ectasia corneal. Houve redução, embora sem significância estatística, da curvatura corneal máxima, equivalente esférico e cilindro refrativo nos olhos com a córnea instável devida ao ceratocone. PURPOSE: To present early visual and keratometric results for corneal cross-linking with riboflavin and UV irradiation in patients with progressive keratoconus. METHODS: Twenty-five eyes of twenty patients (15 males and 5 females) with a progressive keratoconus in the previous 6 months were followed. Unaided visual acuity (UVA), best spectacle corrected visual acuity (BSCVA), spherical equivalent (SEQ), manifest cylinder, and maximal corneal curvature (max K) values were followed at 1, 3 and 6 months. All patients were submitted to corneal cross-linking using riboflavin (vitamin B2) as the photosensitizer and ultraviolet light (UV, wavelength 370 nm). Epithelium was removed with 20% alcohol, cornea was soaked with vitamin B2 for 15 min, and then irradiated with UV light for 30 min, after which a bandage contact lens (BCL) was placed. RESULTS: UVA increased after one month (from 0.15 ± 0.15 to 0.23 ± 0.20), and went on increasing at 3 and 6 months, reaching statistical significance (p=0.025 e p=0.037, respectively). BSCVA increased from 0.41 ± 0.27 to 0.49 ± 0.29 at month six, without reaching statistical significance at any time point. Progression of keratoconus stopped in all patients, in contrast with progression in all of them in the six-month period prior to the surgery. Max K decreased by more than 2 D (from 53.02 ± 8.42 to 50.88 ± 6.05 D), SEQ less that 1 D (from -3.27 ± 4.08 to -2.68 ± 3.02 D), while refractive cylinder decreased less than 0.5 D (from -2.29 ± 1.77 to -1.86 ± 0.92 D), without reaching a statistically significant difference. None of the eyes lost any line of BSCVA, 12 maintained the preoperative BSCVA, 7 gained one line, 5 gained two lines, and 1 patient gained three lines of BSCVA. CONCLUSIONS: Corneal cross-linking with riboflavin and UV light seems to be a safe (no loss of BSCVA) and effective (anatomical and optical properties maintained) procedure, which has shown to stop the progression of the keratoconus: a reduction, although not statistically significant, of the corneal curvature, spherical equivalent and refractive cylinder took place in patients where previous progression of keratoconus had been described.