A presente tese buscou responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais os desafios e as possibilidades do arranjo de guarda compartilhada na experiência das famílias após o divórcio? A fim de responder essa questão, foram realizados três estudos, assim delineados: O primeiro trata-se de uma revisão integrativa da literatura nacional e internacional acerca da guarda compartilhada. Os demais se utilizam de análises qualitativas das experiências relatadas por pais e mães que vivem esse arranjo. No primeiro estudo, identificou-se que os artigos encontrados, na sua maioria, apontam diversos benefícios da modalidade da guarda compartilhada para o sistema familiar, visto que, dentre outros aspectos, favorece uma maior convivência dos filhos com ambos os pais. Dificuldades também foram identificadas, principalmente no que tange à existência de conflito entre os genitores e às implicações das relações de gênero nesse processo. Com base nesses achados, optou-se por realizar o segundo estudo investigando a experiência de coparentalidade dos ex-cônjuges. Identificouse que, ainda que as relações entre os pais possam se modificar ao longo do tempo, o conflito deve ser considerado como um fator de fragilidade para o arranjo, suscetível a perpetuação do sofrimento familiar, sendo necessário investimento pessoal dos ex-cônjuges, assim como medidas de fortalecimento da relação coparental. Por fim, o terceiro estudo buscou verificar como a guarda compartilhada, quando solicitada pelo pai, reverbera na funcionalidade dessa modalidade. Para isso, considerou-se como a parentalidade e seus papéis são percebidos pelas mães nessa dinâmica, e suas implicações na vivência da guarda. Observou-se que as motivações e desejos envolvidos nem sempre consideram o melhor interesse da criança e estão atravessados por demais demandas dos genitores. Tais constatações apontam para a necessidade de uma normatização do arranjo adequada às particularidades e idiossincrasias de cada família, visto que a guarda compartilhada, ainda que entendida como possibilidade importante nos arranjos pós-divórcio, nem sempre se mostra como a modalidade mais indicada para todas as famílias, indicando a necessidade de uma análise multifatorial de cada caso. The present thesis sought to answer the following research problem: What are the challenges and possibilities of joint custody arrangements in families' experiences after divorce? In order to answer this question, three studies have been carried out, as follows: The first is an integrative review of national and international literature on joint custody. The others use qualitative analyzes of experiences reported by parents living in this arrangement. In the first study, it was identified that the articles found, for the most part, point out several benefits of the joint modality for the family system, since, among other aspects, it favors a greater coexistence of the children with both parents. Difficulties were also identified, especially regarding the existence of conflict between the parents and the implications of gender relations in this process. Based on these findings, we chose to carry out the second study investigating the experience of coparenting. It was identified that, although relations between parents can change over time, conflict should be considered as a fragility factor for the arrangement, susceptible to perpetuation of family suffering, requiring the personal investment of ex-spouses, as well as measures to strengthen the co-parenting relationship. Finally, the third study sought to verify how the joint custody, when requested by the father, reverberates in the functionality of this modality. For this, it was considered as the parenting and their roles are perceived by the mothers in this dynamic, and their implications in the experience of the guard. It has been observed that the motivations and desires involved do not always hold the best interest of the child and are crossed by too many demands from the parents. These findings point to the need for a normalization of the arrangement appropriate to the particularities and idiosyncrasies of each family, since joint custody, although understood as an important possibility in post-divorce arrangements, does not always prove to be the most appropriate modality for all families, indicating the need for a multifactorial analysis of each case. La presente tesis buscó responder al siguiente problema de investigación: ¿Cuáles son los desafíos y las posibilidades de la custodia compartida en la experiencia de las familias después del divorcio? A fin de responder a esta cuestión, se realizaron tres estudios, así delineados: El primero se trata de una revisión integrativa de la literatura nacional e internacional acerca de la custodia compartida. Los demás se utilizan de análisis cualitativos de las experiencias relatadas por padres y madres que viven ese arreglo. En el primer estudio, se identificó que los artículos encontrados, en su mayoría, apuntan diversos beneficios de la modalidad compartida para el sistema familiar, ya que, entre otros aspectos, favorece una mayor convivencia de los hijos con ambos padres. Dificultades también fueron identificadas, principalmente en lo que se refiere a la existencia de conflicto entre los progenitores y las implicaciones de las relaciones de género en ese proceso. Con base en esos hallazgos, se optó por realizar el segundo estudio investigando la experiencia de coparentalidad. Se identificó que, aunque las relaciones entre los padres puedan modificarse a lo largo del tiempo, el conflicto debe ser considerado como un factor de fragilidad para el arreglo, susceptible a la perpetuación del sufrimiento familiar, siendo necesaria la inversión personal de los excónyuges, así como medidas de fortalecimiento de la relación coparental. Por último, el tercer estudio buscó verificar cómo la custodia compartida, cuando solicitada por el padre, reverbera en la funcionalidad de esa modalidad. Para ello, se consideró como la parentalidad y sus papeles son percibidos por las madres en esa dinámica, y sus implicaciones en la vivencia de la custodia. Se observó que las motivaciones y deseos involucrados no siempre consideran el mejor interés del niño y están atravesados por demás demandas de los geni Se observó que las motivaciones y deseos involucrados no siempre consideran el mejor interés del niño y están atravesados por demás demandas de los genitores. Tales constataciones apuntan a la necesidad de una normatización del arreglo adecuado a las particularidades e idiosincrasias de cada familia, ya que la custodia compartida, aunque entendida como posibilidad importante en los arreglos post-divorcio, no siempre se muestra como la modalidad más indicada para todas las las familias, indicando la necesidad de un análisis multifactorial de cada caso.