Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação O presente trabalho teve como objetivo analisar as políticas de inclusão voltadas à formação dos sujeitos da Educação Especial no Instituto Federal de Santa Catarina (IF-SC). A investigação foi desenvolvida por meio de análise de documentos do programa Ação TEC NEP da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e documentos normativos e voltados a Educação Especial do IF-SC. Além da análise de documentos, fizemos levantamento de produções acadêmicas relacionadas ao tema, análise dos microdados em educação de 2010 e entrevistas com servidores que trabalham com questões relacionadas à inclusão dentro do Instituto Federal no estado catarinense. Analisamos também as ações e estratégias de permanência e êxito para os sujeitos da educação especial. Os discursos voltados a inclusão apresentam-se como proposta de solução dos problemas sociais e educacionais vigentes, como um possibilitador de quebra de paradigmas de questões envolvendo o acesso ao trabalho e como reparador das desigualdades sociais. A ideia apresentada é que com estas políticas, o acesso dos alunos na educação profissional proporcionará igualdade social. Para tanto, dissemina-se conceitos considerados politicamente corretos presentes tanto nos discursos quanto em documentos como justiça social, solidariedade, diversidade, igualdade de oportunidades, protagonismo, cidadania, entre outros. Consideramos que estes conceitos procuram dar um caráter humanitário às políticas, e disseminam ideários como respeito às diferenças, dignidade humana e exercício de cidadania. Em nossa pesquisa, buscamos fundamentos nas abordagens do materialismo histórico e autores como Garcia (2004), Shiroma, Campos e Garcia (2005), Fairclough (2001), entre outros, foram balizadores para as análises de documentos. As contribuições de Frigotto (2006, 2009 e 2010), Kuenzer (2006, 2008 e 2010), Bueno (1997 e 2008), Castel (2000), Bourdieu e Champagne (1997), Freitas (2004) e outros, nos auxiliaram a entender o porquê de tanto destaque dado à inclusão nas políticas educacionais. Nosso estudo permitiu mostrar que as políticas educacionais de perspectiva inclusiva para os sujeitos da educação especial acabam por disseminar conceitos de caráter humanitário, difundidos e amplamente empregados pelas Organizações Multilaterais (influência esta que se dá com consentimento) e muitas vezes os reproduzindo de forma natural, cotidiana e acrítica. Consideramos que esse discurso apresentado nos documentos e por algumas pesquisas sobre o Ação TEC NEP, busca redefinir o capitalismo, deixando-o com aspecto mais generoso, como possibilitador de condições de igualdade. Sendo assim, políticas voltadas para a educação especial na educação profissional não rompem com as desigualdades sociais presentes atualmente, apenas procuram legitimar e dar continuidade ao sistema de exploração do capital, justificando as desigualdades sociais e educacionais. This study aimed to analyze inclusion policies aimed at training the subjects of Special Education at the Federal Institute of Santa Catarina (SC-IF). The research was developed through analysis of program documents TEC NEP Action Network Federal Technological Education and normative documents aimed at Special Education and the SC-IF. In the analysis of documents, we survey the academic productions related to the theme, analysis of micro data on education, 2010 and interviews with key figures related to the inclusion within the Federal Institute in Santa Catarina state. The speeches are aimed at inclusion surrounded by a proposed solution of social problems and educational force, as an enabler of breaking paradigms of issues involving access to work and how to repair social inequalities. The idea presented is that with these policies, the access of students in vocational education will provide social equality. To this end, spreads concepts considered politically correct present both in speeches and in documents such as social justice, solidarity, diversity, equality of opportunity, leadership, citizenship, among others. We believe that these concepts seek to provide a humanitarian policies, and disseminate ideals such as respect for differences, human dignity and the exercise of citizenship. In our research, we approach the foundations of historical materialism and authors such as Garcia (2004), Shiroma, Campos and Garcia (2005), Fairclough (2001), among others, were indicators for the analysis of documents. The contributions of Frigotto (2006, 2009 and 2010), Kuenzer (2006, 2008 and 2010), Bueno (1997 and 2008), Castel (2000), Bourdieu and Champagne (1997), Freitas (2004) and others have helped us to understand why so much emphasis on inclusion in education policy. Our study allowed us to show that the educational policies of inclusive perspective to the subject of special education eventually spread concepts of humanitarian widespread and widely used by Multilateral Organizations (that this influence is with consent) and often playing in a natural, everyday and uncritical. We believe that this discourse presented in the documents and some research on the Action TEC NEP, entwines and gives a new face of capitalism: the generous, the enabler of a level playing field. Thus, policies aimed at special education in professional education does not break with the social inequalities present today, only seek to legitimize and continue the system of capitalist exploitation, explaining the social and educational inequalities.