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«A edição deste livro integra-se na homenagem que o CENTROP [...], do Instituto Superior de Agronomia, promove ao Professor Ilídio Rosário dos Santos Moreira. Aqui se reúnem elementos sobre algumas dimensões da sua vida e do seu percurso, e se dá testemunho sobre um rapaz que, em Moçambique, educado por uma mãe com grande força de fé e por um pai determinado e de princípios aplicados, lia Júlio Verne com entusiasmo e fazia mísseis, utilizando pequenos foguetes para dar propulsão a latas que depois, contrariamente ao previsto, caíam em cima dos telhados. E, principalmente, se dá também testemunho sobre um Homem que, persistentemente, procurou contribuir para tornar melhor o mundo em que todos vivemos. Este volume organiza-se em três partes distintas. Na última, que dá o título ao próprio livro, coligem-se alguns contributos científicos, agora publicados como um acto de homenagem da comunidade de estudo e de investigação em que o Professor Ilídio Moreira se integrava nas últimas décadas. Na segunda parte, apresentam-se as principais facetas do seu curriculum vitae, nomeadamente as actividades de investigação, docente, profissional e de gestão de instituições universitárias. Listam-se, ainda, as suas principais publicações e dão-se algumas notas sobre a sua formação académica e a prestação do serviço militar. Na primeira parte, reúnem-se depoimentos de familiares, amigos e colegas, em que me apoiei para redigir esta introdução. Deles ressalta, com nitidez, um perfil do Ilídio marcado pelo compromisso com a sociedade e com cada um dos que lhe eram mais próximos. É um compromisso com o presente, aqui e agora, que não se deixa erosionar por divagações que distanciam, nem se enreda em grandes debates e dúvidas sobre o futuro. Na Guiné-Bissau, no início dos anos setenta, capitão miliciano e comandante de companhia, vela, acima de tudo, pela vida dos seus homens e pelas necessidades da população. Manda mesmo construir uma grade que faz puxar por um "unimog" (carro para transporte de militares), com o objectivo - conseguido! - de aumentar a produção dos povos locais que o rodeavam. Nos primeiros anos da democracia portuguesa, já professor no Instituto Superior de Agronomia [...], defendia, em nome da cidadania e da profissão, a importância de um empenho na gestão do Instituto e de os docentes se sindicalizarem. Ainda aluno do ISA, colaborou com o Padre Abel Varzim em acções de defesa e protecção de raparigas envolvidas na prostituição. Os exemplos poderiam multiplicar-se».

«A escolha das espécies abrangidas neste manual recaiu sobre as encontradas com mais frequência nas prospecções efectuadas em centena e meia de campos de tomate para indústria, na execução do projecto de investigação "Modernização da cultura do tomate de indústria", do Programa PRAXIS XXI, e, em complemento, nas informações recolhidas em numerosas visitas de campo e junto dos agricultores. Para algumas espécies atendeu-se ainda ao conhecimento da elevada capacidade competitiva das suas plantas com o tomateiro pela água e nutrientes e, até, da luz, ou o risco da propagação de pragas ou agentes patogénicos. A constatação da importância de infestantes solanáceas, erva-moira [...], e figueira-do-inferno [...] difíceis de combater e de outras, como por exemplo o catassol [...], a corriola [...], a beldroega [...] e a serralha [...], na expansão dos temíveis vírus de bronzeamento TSWV e TYLCV [...], têm sido amplamente divulgadas, bem como a consequente necessidade de destruir estas infestantes e as plantas cultivadas infectadas, inclusivamente após a colheita, nas regiões onde estas doenças grassem [...]. A importância das infestantes na transmissão de doenças do tomateiro, como, por exemplo, a provocada pela bactéria [...] conhecida por "pús ou mal murcho da batateira", foi recentemente salientada, tendo já sido identificada no nosso país na erva-moira e na beldroega [...]. Diversas infestantes foram anotadas como hospedeiros de pragas importantes do tomateiro, como a lagarta do tomate [...] e os ácaros [...]. Também é bem conhecida a presença de nemátodos, prejudiciais ao tomateiro, em numerosas espécies de infestantes [...].

«O professor João de Carvalho e Vasconcellos, com a publicação, em 1958, dos livros "Ervas infestantes das searas de trigo" e "Sementes estranhas do trigo" com detalhadas descrições das principais espécies da flora messícola, e de outros sobre as infestantes dos arrozais, foi pioneiro nas obras dedicadas à Herbologia. Em 1971, preparou cuidadosas chaves de identificação de plantas da flora dos cereais antes da floração, estado em que geralmente se encontram as infestantes por ocasião da decisão de tratamento e que, em boa hora, foi reeditado pela Direcção-Geral de Protecção das Culturas [...]. Outra obra que merece menção, por, com esta última, ser de referência e de útil consulta, é o manual elaborado por Malato Beliz [...], primorosamente ilustrado com desenhos de Cadete e completado com a distribuição das espécies no país. A consulta do CD Rom, intitulado HYPP [...], distribuído pela Secretaria Geral do Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas, é também um auxiliar fundamental para a identificação das infestantes, para além das "Floras", estas de certo modo mais úteis para os especialistas. Apesar da disponibilidade destes trabalhos nacionais, ao longo das actividades desenvolvidas na execução do Projecto PAMAF nº 5011, "Gestão de infestantes em culturas arvenses de sequeiro no Baixo Alentejo", e do diálogo com agricultores e técnicos da região, considerou-se vantajosa a preparação de um manual para identificação de espécies frequentes nas planícies alentejanas, necessariamente limitado no número de espécies. Procuraram-se seleccionar as espécies com maior importância na flora das culturas de sequeiro do Sul de Portugal, quer pelo número de plantas quer pela extensão da área que ocupam nos terrenos cultivados».

The aim of this study was to assess the composition of weed communities starting from a rainfed farming system (1997), to the early period of transformation in agricultural systems with the adoption of irrigation (2007). The assessments were made within a 10-year interval and the floristic surveys were conducted in the same georeferenced plots. In 1997, the surveys were mostly performed in winter cereals (wheat, oat, barley), while in 2007, considering the same georeferenced plots, there were winter cereals and also irrigated olive groves, parcels of fallow, pasture and pine forest. Weed flora was determined by means of relative frequency, abundance and weed infestation degree. The effect of time was also evaluated by applying the methodology of variance analysis on the values of Shannon-Wiener Index. Canonical Correspondence Analysis was used to complement this information only for 2007 to know how the flora was distributed by the different cultures. Our results revealed that in both cases weed flora was of high diversity (229 and 264 species in 1997 and 2007, respectively), with the most representative families being always the same, namely Asteraceae, Poaceae and Fabaceae. The number of weeds that could be of concern for the farmers revealed to be relatively low. Our study confirmed that despite of the intensification of the agricultural production system, biodiversity increased over time. In both years, Lolium rigidum was present at high densities info:eu-repo/semantics/publishedVersion