Resumen. Objetivo/Contexto: la religión se ha constituido en las últimas décadas en uno de los más potentes instrumentos a través del cual se canalizan aspiraciones políticas. Los clásicos paradigmas de la secularización fallaron en sus predicciones, y ni lo religioso se ha visto confinado al ámbito de lo privado ni ha desaparecido del espacio público. Este artículo se ocupa de una de las formas en que lo religioso se hace visible y reivindica su lugar en el espacio público. Metodología: el artículo aborda su objetivo partiendo del análisis de fuentes primarias -eclesiásticas, hemerográficas y fuentes provenientes de la Administración Pública española-, así como de la metodología desarrollada alrededor del estudio de los movimientos sociales y de la historia cultural de lo político. Originalidad: el texto aborda el viaje del papa Juan Pablo II a España en octubre y noviembre de 1982. Pocos días antes de su llegada, el Partido Socialista Obrero Español (psoe) había ganado las elecciones generales por una amplia mayoría absoluta. Por primera vez tras la muerte del general Franco, un partido nominalmente de izquierdas asumía el gobierno. En aquel contexto, la visita papal tuvo una gran relevancia política: en torno a Juan Pablo II se aglutinó una importante oposición mediática y política a ese nuevo gobierno. Conclusiones: mediante los viajes del Jefe del Estado Vaticano, la Iglesia católica moviliza a los católicos en las calles, lo que convierte a las manifestaciones para acompañar al papa en auténticas marchas en las que la reivindicación religiosa se confunde con la reivindicación política. El viaje analizado en este artículo, cuya lógica se repitió en multitud de espacios durante el papado de Juan Pablo II, nos muestra a una institución de un marcado carácter transnacional capaz de actuar como un auténtico agente político. Abstract. Objective/Context: in recent decades, religion has established itself as one of the most potent instruments to activate political aspirations. The classical paradigms of secularization failed in their predictions, and religion has neither been confined to the private sphere nor has it disappeared from public space. This article looks at how faith is made visible in a particular way and claims its seat in the public discourse. Methodology: the article engages with its objective starting from the analysis of primary sources-ecclesiastic documents, press reports, and references from Spanish Public Administration-and the methods developed around the study of social movements and the cultural history of the political milieu. Originality: the paper focuses on Pope John Paul II’s trip to Spain in October and November of 1982. A few days before his arrival, the Spanish Socialist Workers’ Party (psoe) had won the general elections by a vast absolute majority. For the first time after General Franco’s death, a nominally left-wing party took over the government’s control. In that context, the Papal visit had great political relevance: significant media and political opposition against that new government came together around John Paul II. Conclusions: through the trips of the Vatican State’s head, the Catholic Church mobilizes Catholics in the streets, which transforms the crowds turning out to accompany the Pope into actual marches in which religious recognition mixes with political demands. The trip analyzed in this article, whose logic echoed in multiple spaces during the Papacy of John Paul II, shows us an institution of a marked transnational character capable of acting as an authentic political agent. Resumo. Objetivo/Contexto: a religião vem se constituindo nas últimas décadas em um dos mais potentes instrumentos pelo qual são canalizadas aspirações políticas. Os clássicos paradigmas da secularização falharam em suas predições, demonstrando que nem o religioso se vê confinado ao âmbito do privado, nem desaparecido do espaço público. Este artigo trata de uma das formas em que o religioso se torna visível e reivindica seu lugar no espaço público. Metodologia : o artigo aborda seu objetivo partindo da análise de fontes primárias - eclesiásticas, hemerográficas e fontes provenientes da Administração Pública espanhola -, bem como da metodologia desenvolvida ao redor do estudo dos movimentos sociais e da história cultural do político. Originalidade : o texto discute a viagem do papa João Paulo II à Espanha em outubro e novembro de 1982. Poucos dias antes de sua chegada, o Partido Socialista Operário Espanhol (psoe) tinha ganhado as eleições gerais por uma ampla maioria absoluta. Por primeira vez após a morte do general Franco, um partido nominalmente de esquerda assumia o governo. Naquele contexto, a visita papal teve grande relevância política: em torno de João Paulo II, reuniu-se uma importante oposição midiática e política a esse novo governo. Conclusões : com as viagens do chefe do Estado do Vaticano, a Igreja católica mobiliza os católicos nas ruas, o que converte as manifestações para acompanhar o papa em autênticas marchas nas quais a reivindicação religiosa se confunde com a reivindicação política. A viagem analisada neste artigo, cuja lógica se repetiu muitas vezes durante o papado de João Paulo II, mostra-nos uma instituição de um marcado caráter transnacional capaz de atuar como autêntico agente político.