Este trabalho tem por objetivo um estudo sobre o primeiro romance do escritor Marcelino Freire, intitulado Nossos Ossos, de 2013. Ao longo do romance, narrado em primeira pessoa, observa-se o narrador-personagem, Heleno de Gusmão, construindo a história e montando-a de acordo com sua subjetividade, considerando a presença do narrador-personagem, a partir de Lígia Chiapini Leite (1985), e do narrador-operador, a partir de Fábio Figueiredo Camargo (2005). Ainda é percebida uma confluência de leituras possíveis ligadas aos gêneros literários trazendo conexões com a história clássica greco-latina, marcas teatrais, leituras comparadas com epopeias clássicas, rimas e ritmo, provocando o que foi nomeado como “helenização” do texto, ressaltando o efeito trágico. Observa-se a montagem da estrutura a partir da técnica de mise en abyme ou o espelhamento da estrutura a partir de Lucien Dällenbach (1991), identificando como essa montagem favorece uma leitura que remete ao olhar para o Barroco, conforme Ferreira Gullar (1988), Irlemar Chiampi (1998) e Severo Sarduy (1979). Ressalta-se o excesso de trabalho na montagem, o jogo de palavras, o jogo de ideias e o efeito proliferante, dando foco ao trabalho de artificialização e ficcionalidade da escrita. A manipulação do canal leva à identificação da proliferação das metáforas percebidas a partir da análise dos títulos de capítulo do romance. Não obstante, a montagem do livro, operada no âmbito do narrador-operador, faz identificar as camadas e os capítulos que as compõem. O narrador-personagem, em seu relacionamento com os “michês” e com a travesti Estrela os objetifica. Discute-se, então, o desejo de hegemonia de Heleno e como ele usa de seus privilégios para construir os outros como “estranhos”, a partir de Zygmunt Bauman (1998), ou “abjetos”, conforme Judith Butler (2000). O estudo apresenta, por meio das análises literárias de Nossos Ossos, formas de representação da alteridade identificadas pela voz de um sujeito homoerótico que narra a tragicidade de si a partir de sua própria morte. Este trabajo tiene por objetivo un estudio sobre la primera novela del escritor Marcelino Freire, titulado Nossos Ossos, de 2013. A lo largo de la novela, narrada en primera persona, se observa el narrador-personaje, Heleno de Gusmão, construyendo la historia y montando de acuerdo con su subjetividad, considerando la presencia del narrador-personaje, a partir de Leite (1985), y del narrador-operador, a partir de Camargo (2005). Todavía se percibe una confluencia de lecturas posibles ligadas a los géneros literarios que traen conexiones con la historia clásica greco-latina, marcas teatrales, lecturas comparadas con epopeyas clásicas, rimas y ritmo, provocando lo que fue nombrado como "helenización" del texto, resaltando el efecto trágico. Se observa el montaje de la estructura a partir de la técnica de mise en abyme o el retrato especular de la estructura a partir de Dällenbach (1991), identificando cómo ese montaje favorece una lectura que remite al mirar al Barroco, según Gullar (1988), Chiampi (1998) e Sarduy (1979). Se resalta el exceso de trabajo en el montaje, el juego de palabras, el juego de ideas y el efecto proliferante, dando foco al trabajo de artificialización y ficcionalidad de la escritura. La manipulación del canal lleva a la identificación de la proliferación de las metáforas percibidas a partir del análisis de los títulos de capítulo de la novela. No obstante, el montaje del libro, operado en el marco del narrador-operador, hace identificar las capas y los capítulos que las componen. El narrador-personaje, en su relación con los "michés" y con la travesti Estrela los objetiva. Se discute entonces el deseo de hegemonía de Heleno y cómo él usa de sus privilegios para construir a los demás como "extraños", a partir de Bauman (1998), o "abyectos", según Butler (2000). El estudio presenta, por medio de los análisis literarios de Nossos Ossos, formas de representación de la alteridad identificadas por la voz de un sujeto homoerótico que narra la tragicidad de sí a partir de su propia muerte. Dissertação (Mestrado)