Esse texto defende que uma aula de matemática não deve ser reduzida a definições, exercícios, modelos de resolução já instituídos. Consideramos a aula de matemática como um lócus possível para a produção de momentos diferenciais, momentos de inspiração que permitam aos estudantes e a nós (professores), pensar no ainda não pensado. Pensar de modos outros. Diante disso, e inspirados pelo pensamento do filósofo Gilles Deleuze, temos nesse texto por objetivo discutir as questões: quais seriam os movimentos, os ritmos possíveis de uma aula de matemática? Como poderia uma aula funcionar como disparador ao exercício do pensamento que rompa com a imagem de pensamento representacional que funda e estrutura tanto os currículos disciplinares quantos as próprias disciplinas? Nesse sentido o texto está dividido em duas partes. Numa primeira abordamos aspectos referentes ao ensino de matemática e num segundo momento apresentamos duas cenas, com o objetivo apenas de provocar nossa função docente. Por fim entendemos que as contribuições de Deleuze, além de desdobramentos propostos por outros autores, nos permitem destacar que os desvios, provocados por uma educação menor e militante, podem abrir espaços potentes para fazer o pensamento funcionar de outros modos, abrir possibilidades para novos encontros numa aula de matemática., This text argues that a mathematics class should not be reduced to definitions, exercises, models of resolution already in place. We consider the mathematics class as a possible locus for the production of differential moments, moments of inspiration that allow both students and us (teachers) to think about the not-yet-thought-on. Thinking in other ways. Given this, and inspired by the thought of the philosopher Gilles Deleuze we aim in this text to discuss the questions: what would be the movements, the possible rhythms of a mathematics class? How could a class act as a trigger for the exercise of thought that breaks with the image of representational thought that founds and structures both the disciplinary curricula and the disciplines themselves? In this sense, the text is divided into two parts. In the first, we approach aspects related to the teaching of mathematics and, in a second moment, we present two scenes with the sole purpose of provoking our teaching function. Finally, we understand that Deleuze's contributions, in addition to developments proposed by other authors, provoked by the deviations caused by a lesser and militant education can open powerful spaces to make thinking work in other ways, opening possibilities for new encounters in a mathematics class.