1. Dynamics of testimony and mythical violence in 'Sou eu mais livre, então: diário de um preso político angolano', by Luaty Beirão
- Author
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Laks, Daniel
- Subjects
Prison Writings ,lcsh:French literature - Italian literature - Spanish literature - Portuguese literature ,Perseguição Política ,Poetics of Testimonial ,Luaty Beirão ,violência mítica ,perseguição política ,escritas do cárcere ,poética do testemunho ,Violência Mítica ,luaty beirão ,lcsh:PC1-5498 ,lcsh:PQ1-3999 ,Mythic Violence ,Political Persecution ,lcsh:Romanic languages ,Poética do Testemunho ,Escritas do Cárcere - Abstract
In 2015 the Angolan rapper and political activist Luaty Beirão was arrested for participating in a debate session on a text of Domingos da Cruz, based on the work of Gene Sharp From Dictatorship to Democracy: The Road to Liberation. Throughout his arrest, Beirão wrote three diaries describing his prison experiences, thoughts about the Angolan political situation and lyrics for songs expressing his experiences. Tinta da China published these diaries as a book in 2017. The objectives of this article are structured in two main axes. First, from the lyrics of songs in the Luaty Beirão prison diaries, it aims to contemplate the inversion of Theodor Adorno's maxim - "Writing poetry after Auschwitz is an act of barbarism" (ADORNO, 2003) - proposed by Slavoj Zizek (2014, 19) in Violence: "Realistic prose fails there where the poetic evocation of the unbearable atmosphere of the concentration camp succeeds". Second, it aims to discuss the concept of "mythic violence" as the foundation of a new right, as proposed by Walter Benjamin in the essay "For a Critique of Violence". Thus, the article intends to approach the relationship between authoritarian regimes and the poetic writing of the Beirão jail journals as representative of the dynamics of the testimony of extreme events, highlighting the influences of political persecution on the act of writing. Em 2015, o rapper e ativista político angolano Luaty Beirão foi preso por participar de uma sessão de debate sobre um texto de Domingos da Cruz, baseado na obra de Gene Sharp Da Ditadura à Democracia: o Caminho para a Libertação. Ao longo de sua prisão, Beirão escreveu três cadernos relatando suas experiências carcerárias, pensamentos sobre a situação política angolana e letras para músicas expressando suas vivências. Esses diários foram publicados como livro pela editora Tinta da China em 2017. Os objetivos do presente artigo estruturam-se em dois eixos principais. Primeiro, com base nas letras de músicas presentes nos diários do cárcere de Luaty Beirão, visa contemplar a inversão da máxima de Theodor Adorno (2003, p. 7) - “Escrever poesia depois de Auschwitz é um ato de barbárie” - proposta por Slavoj Zizek (2014, p. 19), no livro Violência: “A prosa realista fracassa ali onde a evocação poética da atmosfera insuportável do campo de concentração é bem sucedida” . Segundo, será discutido o conceito de “violência mítica” como fundação de um novo direito, conforme proposto por Walter Benjamin (2011) no ensaio Para uma Crítica da Violência. Assim, o artigo pretende abordar a relação entre regimes autoritários e a escrita poética dos diários do cárcere de Beirão como representativa das dinâmicas do depoimento de eventos extremos, ressaltando as influências da perseguição política sobre o ato de escrever.
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- 2020
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