Ambulatory surgery has proven benefits in patient wellbeing and cost reduction in healthcare systems. However, some patients referred for ambulatory surgery are refused and directed instead towards inpatient care, which generates several drawbacks. The reasons for this refusal have not been yet studied. The aim of this study is to identify, retrospectively, significant variables associated with patient refusal for ambulatory surgery and develop a mathematical tool able to predict with strong accuracy those who will be rejected.Over a 5-year period (2014 - 2018), all patients that underwent abdominal hernia repair in our hospital in an inpatient setting, and that had been previously refused for ambulatory surgery, were analysed for a total of 94 variables. A multivariate logistic regression model was developed to identify risk factors associated with refusal using data from 136 patients (65 refused vs 71 accepted). A prediction index for refusal in ambulatory surgery - IRAS - was derived and tested (n = 62 patients).The risk index included five significant risk factors: type 2 diabetes mellitus [OR 14.669 (2.982; 72.154)], physical status [OR 49.155 (15.532; 155.555)], prior malignancy [OR 14.518 (2.653; 79.441)], prior abdominal surgery [OR 3.455 (1.006; 11.866)] and usage of antiplatelet agents [OR 25.600 (4.309; 152.066)]. All risk factors were associated with a high risk of refusal (OR between 3.455 for history of prior abdominal surgery and 49.155 according to the American Society of Anaesthesiologists physical status classification). Defining five points as the maximum IRAS score that predicts suitability for ambulatory surgery resulted in a positive predictive value of 93.55% and negative predictive value of 87.10%.Significant patient variables for refusal of an ambulatory procedure were determined and an easy to use risk index - IRAS - was built that is able to predict with good accuracy which patients will be refused.IRAS is a useful tool that can contribute to reduce time to surgery and improve patients' quality of life.Introdução: A cirurgia de ambulatório tem benefícios comprovados no bem-estar dos doentes e na redução de custos dos sistemas de saúde. Porém, alguns doentes referenciados para cirurgia de ambulatório são recusados e encaminhados para internamento. Os motivos desta recusa ainda não foram estudados. Neste trabalho identificámos, retrospectivamente, variáveis significativas na recusa dos doentes e fornecemos uma ferramenta matemática capaz de prever de forma precisa aqueles que serão rejeitados. Material e Métodos: Ao longo de cinco anos (2014 - 2018), todos os doentes submetidos a correção cirúrgica de hérnia abdominal em regime de internamento no nosso centro hospitalar previamente recusados para cirurgia de ambulatório foram analisados para um total de 94 variáveis. Um modelo de regressão logística multivariada foi desenvolvido para identificar os fatores de risco para recusa usando dados de 136 doentes (65 recusados vs 71 aceites). Um índice preditivo para recusa de cirurgia em ambulatório, IRAS, foi criado e testado (n = 62 doentes). Resultados: O IRAS incluiu cinco fatores de risco significativos: diabetes mellitus tipo 2 [OR 14,669 (2,982; 72,154)], estado físico [OR 49,155 (15,532; 155,555)], neoplasia maligna prévia [OR 14,518 (2,653; 79,441)], cirurgia abdominal prévia [OR 3,455 (1,006; 11,866)] e uso de agentes antiplaquetários [OR 25,600 (4,309; 152,066)]. Todos os fatores de risco foram associados a elevado risco de recusa (OR entre 3,455 para história de cirurgia abdominal prévia e 49,155 de acordo com a classificação do estado físico segundo a American Society of Anaesthesiologists). A definição de cinco pontos como a pontuação máxima do IRAS que prevê adequação para cirurgia de ambulatório resultou num valor preditivo positivo de 93,55% e um valor preditivo negativo de 87,10%. Discussão: Foram determinadas variáveis significativas para recusa de um doente para cirurgia de ambulatório e construído um índice de risco de fácil utilização, IRAS, capaz de predizer que doentes serão recusados com boa precisão. Conclusão: O índice IRAS é uma ferramenta útil que pode contribuir para a redução dos tempos de espera e melhorar a qualidade de vida dos doentes.