Este artigo investiga a trajetória de Bento Ferreira Mouzinho nas estruturas administrativas locais da Capitania do Rio Grande, onde se radicou de 1715 a 1745, constituiu família e exerceu diversos ofícios, dentre os quais o de escrivão da Câmara do Natal. Bento Ferreira, imbuído da lógica da cultura política do Antigo Regime, conseguiria angariar bens materiais e simbólicos, ascendendo na escala hierárquica social. Mormente, o trajeto desse agente constitui-se emblemático pelos inúmeros problemas estruturais que aponta, como os limites do mando institucional, as mercês, as redes clientelares, dimensão familiar, a cultura política, enfim, a própria natureza do poder da Coroa, ora inclinando-se a centralização, ora ao autogoverno nas conquistas.