Sea urchin are marine and free-living animals from class Echinoidea and phylum Echinodermata. Sea urchin are one of the most commercially captured and overexploited echinoderms, their gonads, referred as “roe”, are considered a delicacy in many parts of the world. With the increase in demand, and the overexploitation of the natural stocks, sea urchin aquaculture turned out to be the best solution to supply demand. In this study, two experiments were made to evaluate the production of the purple sea urchin, Paracentrotus lividus (Lamark, 1816) in a marine lagoon environment, by testing different cultivation conditions. Two experimental systems were tested, separately, in an offshore cultivation condition, in the Ria Formosa, as well as the incorporation of an inert feed into the sea urchin diet, by using treatments with different diet compositions. These were compared with an onshore cultivation condition, at the Aquaculture Research Center (EPPO) in Olhão (Portugal). Samplings were made during the experiments, with the aim to assess the effects of location, diet and system performance, in the sea urchin’s development. A good sea urchin development was observed along the experiments, occurring weight increase of the sea urchin and its gonads, and gonads maturation. Os ouriços do mar são animais marinhos, pertencentes à classe Echinoidea e o filo Echinodermata. Estes animais podem ter entre três a dez centímetros de comprimento, dependendo da espécie, zona geográfica e tipo de dieta, e podem ter diversas cores como, preto, verde, castanho e roxo. Estes animais são nutricionalmente ricos em ácidos gordos poli insaturados, e são conhecidos pelo seu efeito positivo na prevenção de diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e doenças cancerígenas. Os ouriços do mar são dos echinodermes mais capturados e sobreexplorados para comércio em todo o mundo. Diferentes espécies de ouriços do mar são capturadas desde o ínicio do século XVII, ao longo das costas do Oceano Atlântico e do mar mediterrâneo na Europa, no norte da Ásia, Nova Zelândia e Chile. As suas gónadas, referidas comercialmente como “roe” ou “uni”, são consideradas uma iguaria gastronómica em diversas zonas do mundo, como no Japão, França, Itália e Espanha. A qualidade das gónadas depende de diversos fatores como o seu tamanho, a sua textura, a sua cor, o seu cheiro, a sua consistência e paladar, sendo que estes fatores de qualidade podem variar de acordo com a espécie de ouriço do mar, fatores ambientais, ciclo reprodutivo, sexo e ingestão de nutrientes. Os preços desta iguaria gastronómica podem também variar de acordo com diversos fatores como, a cor e aparência geral dos ouriços do mar, a espécie, região de captura, forma de processamento, nível de procura e distribuição. A espécie Paracentrotus lividus (Lamark, 1816) é considerada a espécie de ouriço do mar mais valiosa na Europa. A sua distribuição pode ser bastante variável no meio natural, sendo esta influenciada por diversos fatores como a temperatura da água, a salinidade, a competição e predação. Com o aumento da procura desta iguaria gastronómica nos últimos anos, e a consequente sobreexploração dos stocks naturais de ouriços do mar, foi necessário encontrar uma solução que suprisse a procura atual e futura, sem continuar a comprometer os stocks naturais. A aquacultura de ouriços do mar demonstrou ser a melhor solução para tal, sendo foco de investigação nos últimos anos. Neste estudo, tem-se como objetivo a produção de ouriços do mar, da espécie P. lividus na Ria Formosa, testando dois sistemas de cultivo diferentes e os efeitos da incorporação de uma dieta inerte no crescimento dos ouriços do mar. Este estudo teve lugar na Ria Formosa, situada no Algarve, no sul de Portugal e na Estação Piloto de Piscicultura em Olhão, Portugal. A Ria Formosa é formada por um conjunto de ilhas barreira e um sistema mesotidal lagunar, que se extende por aproximadamente 55 km. As características naturais da Ria Formosa fazem da região um local de grandes oportunidades para a produção em aquacultura de diversas espécies, como por exemplo a produção de bivalves, que é a mais comum na região, ocupando uma grande porção da ria. Para a execução do estudo, dois ensaios foram feitos entre Outubro de 2021 e Agosto de 2022, com o objetivo de avaliar a produção de ouriços do mar, da espécie P. lividus em ambiente lagunar, através do teste de diferentes condições de cultivo, offshore (Zona de produção de ostras, Ria Formosa) e onshore (Estação Pilo de Piscicultura em Olhão- EPPO), entre as quais foram testados diferentes tratamentos (com quatro replicados cada), que diferiam na dieta. No primeiro ensaio, foi testado o primeiro sistema de cultivo de ouriços do mar, implementado na condição de cultivo offshore, na Ria Formosa. No mesmo ensaio foi testada a performance e qualidade de uma dieta inerte no crescimento dos ouriços do mar. Para tal, os ouriços do mar utilizados na condição de cultivo offshore foram divididos em dois tratamentos, os quais foram alimentados com diferentes dietas. Aos ouriços do mar do primeiro tratamento, foi fornecida uma alimentação somente à base de Alga, Ulva spp., enquanto aos ouriços do mar do segundo tratamento foi-lhes fornecida uma alimentação composta por alga, Ulva spp. e uma dieta inerte. Os dois tratamentos do sistema de cultivo offshore foram comparados com um terceiro tratamento no sistema de cultivo onshore, na Estação Piloto de Piscicultura, em Olhão, Portugal. Ao longo do ensaio sete (0-6) amostragens foram feitas, entre outubro de 2021 e abril de 2022, com o objetivo de avaliar o peso, diâmetro (sem os espinhos), peso das gónadas, maturação das gónadas e sobrevivência dos ouriços do mar. No segundo ensaio, foi somente testado o segundo sistema de cultivo de ouriços do mar na condição de cultivo offshore, na Ria Formosa, que foi comparado com o sistema de cultivo onshore, presente na Estação Piloto de Piscicultura em Olhão. Cada condição de cultivo teve um tratamento, que por sua vez foi composta por quatro replicados. Os ouriços do mar de ambos os tratamentos tiveram uma alimentação igual, sendo esta composta por alga, Ulva spp. e uma dieta inerte. Ao longo do período de ensaio, três (0-2) amostragens foram feitas entre abril de 2022 e agosto de 2022, com o objetivo de avaliar o peso, diâmetro (sem os espinhos) e sobrevivência dos ouriços do mar. Ao longo do estudo houve alguns problemas relacionados com a estrutura, influenciando os resultados. Os resultados do primeiro ensaio demonstraram um crescimento dos ouriços do mar na condição de cultivo offshore, onde os ouriços do mar do tratamento com Ulva spp. e dieta inerte se destacou, obtendo um maior aumento de peso. Neste primeiro ensaio, ambas as dietas obtiveram resultados semelhantes de performance. Ambos os tratamentos na condição de cultivo offshore apresentam resultados de desenvolvimento e maturação das gónadas. O sistema experimental demonstrou necessitar de algumas melhorias de modo a aumentar a sua eficácia. Os resultados obtidos no segundo ensaio demonstraram um crescimento dos ouriços do mar, destacando-se os ouriços do mar na condição de cultivo offshore. O sistema experimental usado no segundo ensaio demonstrou uma melhor performance, sendo mais indicado para a produção de ouriços do mar. O presente estudo demonstra que a Ria Formosa apresenta condições para a produção de ouriços do mar da espécie P. lividus, com boas condições ambientais, adequadas ao crescimento desta espécie.